Empresa paraense inicia estudos de sondagens na Baía de Todos-os-Santos

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Primeiro edital lançado e contratado detalhará características do fundo do mar da baía e cabeceiras da ponte Salvador – Ilha de Itaparica
 
Os estudos de sondagem no solo e subsolo da Baía de Todos-os-Santos (BTS), assim como nas áreas especuladaspotenciais das para construir as cabeceiras da ponte nos municípios de Salvador e Vera Cruz terão início imediato. Isso é resultado da ordem de serviço assinada pelo Governo do Estado nesta quarta-feira (17), com a empresa paraense Geofort Fundações, vencedora da licitação com o preço de R$ 7,7 milhões.
 
O evento foi realizado com a presença do vice-governador e secretário de Infraestrutura, Otto Alencar e do secretário do Planejamento e coordenador do projeto, José Sergio Gabrielli. De acordo com Gabrielli, “esse estudo se somará as informações já obtidas da geotecnia e a partir do tipo de rocha encontrada, vamos identificar o melhor tipo de tecnologia para a construção da ponte”, afirma
 
O engenheiro e diretor da Geofort, Fernando Navarro, também explica que a sondagem é fundamental para garantir a estabilidade e segurança do projeto de engenharia. Além disso, segundo estimativas governamentais, as estacas e fundações devem corresponderm a cerca de 40% do orçamento total da obra. 
 
O diretor explica que o trabalho consiste na perfuração, em terra, de dois pontos em cada margem das cabeceiras, em Gameleira, na Ilha de Itaparica, e no Comércio, em Salvador. “No mar, serão 20 furos ao longo do traçado preliminar da ponte, com até 120m de profundidade a partir da linha d’água, para avaliar presença de rochas sedimentares, trechos de lama e outras especificidades do solo”, afirma. 
 
Para tal, serão utilizadas balsas de até 8 metros de largura e 30 metros de comprimento, com equipamentos adaptados especificamente para este serviço. As equipes embarcadas terão de seis a oito pessoas, entre sondadores, engenheiro geotécnico, geólogo, auxiliares e marítimos, além dos profissionais que atuarão em terra firme. 
 
A empresa fará ainda estudos laboratoriais e produzirão os relatórios que darão subsídio ao projeto básico de Engenharia e aos estudos de impacto ambiental. 
 
Para o engenheiro, os principais desafios para entregar os resultados até dezembro serão as variantes naturais na baía, como a grande profundidade, os ventos, chuvas e marés. “Atrapalham, mas, como sabemos que podem ocorrer, elaboramos planos para contorná-los a fim de não interromper as atividades e seguir o cronograma”, afirma.
 
Quanto à navegação na BTS, Navarro explica que as sondagens não vão interferir no fluxo dos navios e barcos de menor porte, tendo em vista que a atividade será em pontos isolados. A Marinha do Brasil também receberá os Planos de Fundeio, que sinalizam o local e data das pesquisas para que os comandantes das outras embarcações sejam instruídos.
 
Já amanhã (18), técnicos da empresa percorrerão o trajeto previsto da ponte para marcação das coordenadas e um primeiro reconhecimento da área, condições de mar e principais rotas de navegação.
 
Experiência – A Geofort tem experiência nacional em outras obras de ampla profundidade, como o Porto de São Luiz, no Maranhão, que tem grande variação de maré, e a travessia da linha de transmissão de Tucuruí sobre o Rio Amazonas, com trecho de 70 m de profundidade e até 2.200 m de largura, onde foram instaladas duas torres de 320 m de altura. 
 
Projeto – A Ponte Salvador – Ilha de Itaparica é parte de um plano de desenvolvimento socioeconômico do Estado da Bahia, cujo objetivo é dinamizar o eixo litorâneo sul, permitindo o surgimento de um novo polo industrial e logístico na Região Metropolitana de Salvador (RMS), ancorado por investimentos já em curso (estaleiros em São Roque do Paraguaçu) ou projetados (nova retroárea do porto de Salvador).
 
O cronograma de ações de 2013 inclui a contratação de estudos de sondagem, engenharia, impactos ambientais (EIA-RIMA) e urbanísticos, publicados em editais nos meses de abril e maio para contratação. Além disso, está previsto para as próximas semanas a realização de um convênio para estudos hidráulicos marítimos e a licitação para estudos culturais e imateriais. O lançamento do edital para construção e concessão da ponte, por sua vez, está previsto para o primeiro trimestre de 2014. A conclusão está estimada entre 48 e 60 meses,
 
O projeto de construção da ponte, duplicação das rodovias, desapropriações e investimentos em infraestrutura, que em 2010 demandaria um investimento estimado de R$ 7 bilhões, atualmente está sendo revisto. Entre os motivos estão a redução da taxa de juros nestes três anos e o aprofundamento dos estudos.