Governo Bolsonaro espera que EUA barrem conversa sobre Amazônia no G-7

Foto: Alan Santos/PR

Donald Trump e Jair Bolsonaro

Com a ligação de Donald Trump ao presidente Jair Bolsonaro, o governo brasileiro espera que os Estados Unidos indiquem, durante o G-7, que só aceitarão discutir os incêndios na região da floresta amazônica com a presença e participação do Brasil. O tema, segundo interlocutores do governo brasileiro, foi tratado na conversa entre os dois presidentes. A visão é de que os EUA apoiam uma postura de soberania do Brasil – e podem se opor ao desejo de líderes europeus, como o francês Emmanuel Macron, que já afirmou que deseja debater o assunto no encontro das sete nações mais ricas. Trump embarca na noite desta sexta-feira, 23, para a reunião, que acontece neste final de semana na França. O governo brasileiro está seguro de que o americano, junto de outros países, vai barrar qualquer tentativa de levantar o assunto. A previsão é de que Japão e Itália endossem a necessidade de participação do Brasil em eventual discussão sobre a Amazônia. O presidente dos Estados Unidos tem se mantido em lado oposto aos europeus no debate de proteção ambiental. Ele retirou os EUA do Acordo de Paris e, em junho, durante o G-20, mais uma vez se manteve isolado diante da renovação de compromisso dos demais países em tomar medidas para conter a mudança climática. No final desta sexta-feira, Trump se pronunciou pela primeira vez sobre o assunto, em tom diferente do adotado por Macron ou pela chanceler alemã, Angela Merkel. No lugar da cobrança ao presidente brasileiro, como feito pelos europeus, Trump disse que os EUA estão dispostos a ajudar o Brasil e que a relação entre os dois países está “mais forte do que nunca”. Além de EUA, Japão e Itália, o Brasil conta com o Reino Unido para desempatar o debate e defender que o assunto seja discutido com a participação do Brasil. Na sexta-feira, o premiê britânico Boris Johnson, divulgou nota na qual disse estar profundamente preocupado com os incêndios e o impacto das chamas na natureza.

Estadão