Os 14 leitos da UTI geral do Hospital Evangélico de Curitiba eram uma espécie de “reino” da médica Virgínia Helena Soares Souza, afirmaram funcionários ouvidos pela reportagem. Ela foi indiciada sob suspeita de homicídio qualificado. Ela nega qualquer crime.
“Ela mandava e desmandava naquele lugar”, disse à Folha um dos profissionais que trabalhava com ela.
Há indícios, diz a polícia, de que pacientes do SUS (Serviço Único de Saúde) tenham sido mortos como forma de “liberar” vagas na UTI para pacientes que pagariam pelo serviço. A polícia suspeita que aparelhos foram desligados e medicações foram suspensas.
Nas investigações, iniciadas há um ano, foram gravadas falas da médica no hospital. “Quero desentulhar a UTI, que está me dando coceira”, disse Virgínia, segundo áudio divulgado pelo “Jornal Nacional”.
Com fama de “difícil”, a médica costumava gritar e acertar “tamancadas” em quem cometia erros ou a desagradava. Também fumava nos leitos e na sua sala, em frente à UTI, o que levou a Vigilância Sanitária a autuar o hospital, em 2010.
No ano seguinte, foi afastada por um mês após discutir com uma colega.
O marido dela, que também trabalhou no local, morreu num dos leitos.
Henry Milleo/Gazeta do Povo/Folhapress | ||
A médica Virgínia Helena Soares de Souza, médica chefe da UTI do hospital Evangélico, foi presa pela Polícia Civil
Morte de pacientes de UTI não tem razão financeira, diz investigação |
Deixe seu comentário