PSDB cobra Planalto por ministério ‘inteiro’

Partido quer indicar toda a estrutura da Secretaria de Governo; PMDB já indicou que rechaça a possibilidade

Em mais um lance da queda de braço entre o PMDB e o PSDB por espaços no governo do presidente Michel Temer, os tucanos cobram do Palácio do Planalto que o partido tenha direito a indicar toda a estrutura da Secretaria de Governo. O PMDB, entretanto, já sinalizou que rechaça a possibilidade de que o PSDB garanta a chamada “porteira fechada”, modelo no qual apadrinhados de um partido ocupam todos os cargos de livre nomeação de uma determinada pasta. Tanto os tucanos quanto o Planalto já dão como certa a nomeação para a Secretaria de Governo do líder do PSDB na Câmara, deputado Antonio Imbassahy (BA), aliado do presidente nacional da legenda, senador Aécio Neves (MG), logo após a eleição da Mesa Diretora da Casa, no dia 2 de fevereiro. A pasta, com status de ministério, é responsável, entre outros assuntos, por fazer a articulação com o Congresso. Aécio esteve ontem no Planalto e conversou com Temer e com o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha. Segundo interlocutores do presidente, o senador tucano manifestou o desejo de que o PSDB, com Imbassahy na Secretaria de Governo, tenha liberdade para fazer as nomeações da pasta. Até o momento, Temer não decidiu de que lado ficará na disputa: do PMDB, seu partido, ou do PSDB, de sua base aliada. Por meio da assessoria de imprensa, o presidente nacional do PSDB disse que não tratou com Temer sobre o ministério e afirmou que cabe apenas ao presidente da República realizar as nomeações dos cargos.

Estadão

 

Se assumir a Secretaria de Governo em fevereiro, como está 99% combinado com o Palácio do Planalto, o deputado Antonio Imbassahy (PSDB-BA) não deverá fazer mudanças na equipe de assessores deixados pelo ex-ministro Geddel Vieira Lima. No acordo de Michel Temer com tucanos, defende-se que Imbassahy mantenha o “funcionamento” da Secretaria. “Ele não vai fazer briga de Dom Quixote, vai consolidar a maioria para votar na Câmara e Senado”, afirma um importante dirigente tucano.