Rui diz que depende apenas de Roberto Muniz para empossar Pinheiro

Roberto Muniz é presidente executivoda Associação Brasileira das Concessionárias Privadas de Serviços Públicos de Água e Esgoto

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O governador Rui Costa (PT) afirmou ontem que depende apenas da disponibilidade do ex-deputado Roberto Muniz, do PP da Bahia, para empossar o senador Walter Pinheiro (sem partido) como novo secretário de Educação do Estado. Roberto Muniz é presidente executivo da Associação Brasileira das Concessionárias Privadas de Serviços Públicos de Água e Esgoto (Abcon) e precisa deixar o cargo para assumir a vaga de senador como suplente. Rui Costa informou que já tratou com o progressista os termos da substituição.

“Estive com ele [Muniz] no fim de semana e ele me disse: ‘governador, vou precisar de alguns dias para poder negociar a minha saída e colocar um substituto em meu lugar’. Eu respondi que sem problemas e disse: ‘veja o menor número de dias possíveis para que Pinheiro possa assumir o mais rápido’. Ele vai negociar com a empresa e saber quando poderá assumir o mandato de senador”, disse Rui Costa, durante a inauguração da nova ala de emergência do Hospital Geral Ernesto Simões Filho, em Salvador.

Pinheiro participou da cerimônia ao lado do governador, mas evitou tocar no assunto. Disse apenas que o seu destino está nas mãos do líder baiano. Rui Costa informou também que Muniz garantiu que vai tentar encurtar o máximo possível a sua saída da entidade representativa. “Ele [Muniz] tem um mandato. E em uma associação, para se substituir, tem que fazer assembleia, e ele me explicou que isso tem prazo”. O senador Walter Pinheiro deixa o mandato em um momento decisivo para o governo da presidente Dilma Rousseff (PT).

Para setores oposicionistas no estado, Pinheiro está entre a cruz e a espada. Nos últimos meses, véspera do anúncio da sua saída do PT, partido que estava filiado há 30 anos, Pinheiro assumiu uma postura mais crítica à gestão da presidente Dilma, recusando até o convite para ser o líder do governo no Senado. “Não posso ser líder de um governo que não dialoga nem comigo. O governo é incapaz de discutir com os senadores da própria base”, criticou na época.

Se ficar e votar a favor do impeachment, Pinheiro será considerado um “traidor”. Se votar contra ou se abster, o senador baiano poderá ter sua coerência questionada. Neste caso, o melhor é se afastar do processo e se isentar de qualquer tipo de julgamento. “É uma jogada para garantir o voto do impeachment.

Progressista deverá votar contra o impeachment

Na coletiva de imprensa ontem, durante a inauguração da nova ala de emergência do Hospital Geral Ernesto Simões Filho, em Salvador, o governador Rui Costa (PT) afirmou que Roberto Muniz (PP), 1º suplente do senador Walter Pinheiro (sem partido), votará contra a admissibilidade do processo de impeachment no Senado da presidente Dilma Rousseff (PT), caso assuma o mandato do ex-petista. O governador negou que articulação esteja sendo feita para garantir voto favorável à mandatária brasileira já que, segundo ele, tanto Pinheiro quanto Roberto votam contra o impeachment.

O senador Walter Pinheiro não se posicionou oficialmente, apenas defende a realização, através de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), de novas eleições presidenciais. A reportagem tentou falar com Pinheiro, mas seus telefones estavam desligados.
Já Roberto Muniz não atendeu e nem retornou as ligações. Dos três senadores baianos, apenas Otto Alencar integra o colegiado, mas apenas como suplente. Se o parecer da comissão for pela admissibilidade do processo e o texto for aprovado pelo plenário do Senado, o processo contra a presidente é instaurado e Dilma será notificada e afastada do cargo por 180 dias.

por
David Mendes