Tratamento brasileiro contra HIV/Aids se consolida como referência mundial; a prática estar sendo adotada pelo SUS é já é reconhecida pela Organização das Nações Unidas para todo o Mundo.
Cerca de 585 mil pessoas que vivem com o vírus HIV no Brasil realizam a terapia antirretroviral em unidades da rede pública de saúde. Esses pacientes encontram nesses locais uma realidade bem diferente daquela enfrentada na década de 1980, quando começaram a surgir os casos da doença no Brasil. Embora a primeira manifestação da Aids em um brasileiro tenha sido confirmada em 1982, apenas em 1987 o medicamento AZT começou a ser utilizado pelos pacientes porque ajudava a evitar o enfraquecimento do sistema imunológico. O remédio, que inicialmente havia sido criado para combater células cancerígenas, se tornou o principal aliado dos soropositivos. No entanto, as altas doses recomendadas causavam muitos efeitos colaterais. “De 1987 até 1995, a gente fazia o tratamento baseado em uma única droga [o AZT]. Isso não foi suficiente para reduzir a mortalidade por Aids. O medicamento prolongava a vida dos pacientes, mas infelizmente não conseguia controlar o vírus”, explica Roberta Schiavon, membro do Comitê de HIV/Aids da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI). Foi só em 1996, com o Sistema Único de Saúde (SUS) já consolidado, que o Brasil estabeleceu de vez o chamado coquetel, que reúne três tipos de medicamentos. No mesmo ano, a Lei 9.313 determinou a distribuição gratuita de medicamentos aos portadores de HIV. Na década seguinte, o foco passou a ser a produção interna das medicações para reduzir os custos. Em 2002, a Fundação Oswaldo Cruz começou a produzir sete antirretrovirais que são utilizados até hoje.
Deixe seu comentário