Artigo: Ética para políticos e para o progresso.

 

 

Afranio 1

 

No Brasil nos últimos tempos são tantas as denuncias de corrupção envolvendo empreitaras, prefeitos etc, que predomina a sensação de que vivemos num espaço tenebroso, o que aliás, é verdade. Nem o fato de os bandidos e enganadores que compõe uma grande maioria como assistimos nos noticiários radiofônicos, televisivos e lemos nas revistas consegue abrandar o sentimento de que somos reféns de uma ilusão programada. Infelizmente já não é mais a saúva que ameaça o Brasil, e sim a prática contumaz da falsificação da verdade, da adulteração dos fatos ao bel prazer dos que detém o poder, e não demora muito para que ruas, praças, avenidas, edifícios, semáforos irão criar a sensação de que estamos observando uma maquete de uma cidade. A cidadania se transforma em ficção quando as demandas populares se transformam numa simples mais prejudicial contrafação.  Conta uma história que determinadas tribos indígenas brasileiras consideravam a galinha um animal diabólico, tudo porque mesmo tendo asas não voam, e por isso não a comiam. Nós brasileiros tendemos a depositar enorme confiança nos recém-chegados ao poder em face as suas inúmeras promessas. Acreditamos sim, num primeiro momento que estamos criando vínculos mágicos entre intenção, ação e promessas, mas ao passar do tempo vamos constatando que a realidade resiste ao verbo “prometer”, e a nossa euforia inicial está ligada a arraigada tendência que temos de personificar a solução para os problemas de nossas cidades, como construção de hospitais, revitalização de ruas, praças e avenidas, e quando o santo demora a fazer o tão esperado milagre ou não faz, sempre com a mesma desculpa “ Já está no cronograma e logo faremos”. A verdade é que nunca nossa sociedade como um todo se sentiu tão abandonada. Faltam escolas que são transmissoras de conhecimento, e eles não desejam isso. Faltam hospitais dignos, embora recebam verbas milionárias do governo federal, e é por isso mesmo que concebemos o governo como um pai desnaturado. Hoje muitos não se constrangem em burlar as leis e comprar perdão para escapar de punições (Andrade Gutierez) é uma delas, e ainda quer voltar a fazer obras públicas, tudo graças a lei de leniência. No livro Ana Karenina, Tolstoi faz a interessante observação de que: “todas as famílias felizes se parecem entre si; as infelizes cada uma à sua maneira” Algumas sociedades tem se dado conta do quanto é importante para o desenvolvimento político, econômico e social a prevalência de normas justas e universais. Já não é mais possível que vivemos de promessas. Já não é mais possível que fiquemos calados vendo o caos e a desorganização imperar no Estado, nos municípios, em razão da inércia dos seus respectivos gestores. É preciso acabar com a velha e conhecida história de se colocar placas anunciando construções que sabemos que jamais serão concluídas. Isso se chama no bom português, O DESPREZO DA ÉTICA. A burocracia quando kafkaniana quando aparece junto com o abandono do cidadão cria o pior dos mundos possíveis, assim a consciência haverá sempre de repelir a violência, o cinismo e a retórica fácil dos detentores do poder. Só resta então lembrar uma conversa que tive com o meu amigo e conselheiro, Pastor Paulo Sousa, da Igreja “Rio de Vida”, que entre uma citação bíblica e outra, me mostrou o que está escrito na Bíblia Sagrada, em Atos 17, quando no areópago de Atenas o apóstolo Paulo se deparou com vários altares dedicados as mais diversas “divindades”, e um solitário apenas com a inscrição “ AO DEUS DESCONHECIDO”. O apostolo Paulo não faltou com a ética, nem desrespeitou os ateniense na suas crenças, ao contrário falou da religiosidade daquele povo, e numa atitude de crença e ética enalteceu o “DEUS DESCONHECIDO”, que é o DEUS VIVO, e que certamente irá amparar e socorrer o nosso sofrido povo.

 

 

 

 

Dr. Afranio Garcez – Advogado