SIMBOLOS DO MUNICIPIO: O BRASÃO, O HINO E A BANDEIRA
Hino de Vitória da Conquista
Conquista, jóia do sertão baiano; Esperança ridente do brasil A ti, meu orgulho soberano. O afeto do meu peito juvenil A ti minha esperança no futuro Os sonhos do meu casto coração, És e sempre serás meu palinuro Ó pérola fulgente do sertão
Refrão: Conquista tesouro imenso… O mais belo da bahia, Que primor, que louçania Tem mais brilho aqui o sol; Conquista terra das rosas, De florestas seculares, Tem mais amor em seus lares, Que luzes no arrebol.
(refrão)
Deixar o doce encanto destas ruas, Deixar teu céu que tanto bem almeja, Eu morreria de saudades tuas Minha querida terra sertaneja, Entretanto, se a pátria me exigir, Deixar-te para a pátria defender Este afeto bairrista é vã mentira, Pelo brasil inteiro irei morrer!
(refrão)
Surge o sol, fogem pássaros dos ninhos! Todos vão venturosos trabalhar; Eu também imitando os passarinhos Deixo o morno regaço do meu lar, Para a escola caminho satisfeito, Da pátria vou saber as glórias mil Conquista, que emoção vibra em meu peito… Ao fitar-te no mapa do brasil.
O Arraial da Conquista foi fundado em 1783 pelo sertanista português João Gonçalves da Costa, nascido em Chaves em 1720, no Alto Tâmega, na região de Trás-os-Montes que com dezasseis anos de idade, foi para o Brasil ao serviço de D. José I, Rei de Portugal, com a missão de conquistar as terra ao oeste da costa da Bahia. Anteriomente já havia lutado ao lado do Mestre-de-Campo João da Silva Guimarães, líder da Bandeira responsável pela ocupação territorial do Sertão, iniciada em 1752. A origem do núcleo populacional está relacionada à busca de ouro, à introdução da atividade pecuária e ao próprio interesse da metrópole portuguesa em criar um aglomerado urbano entre a região litorânea e o interior do Sertão. Portanto, integra-se à expansão do ciclo de colonização dos fins do século XVIII. Através da Lei Provincial N.º 124, de 19 de maio de 1840, o Arraial da Conquista foi elevado à Vila e Freguesia, pasando a se denominar Imperial Vila da Vitória, com território desmembrado do município de Caetité, verificando-se sua instalação em 9 de Novembro do mesmo ano. Em ato de 1º de Julho de 1891, a Imperial Vila da Vitória, passou à categoria de cidade, recebendo, simplesmente, o nome de Conquista. Finalmente, em dezembro de 1943, através da Lei Estadual N.º 141, o nome do Município é modificando para Vitória da Conquista. Juridicamente, o Município de Vitória da Conquista esteve ligado a Minas do Rio Pardo, depois, em 1842, ficou sob a jurisdição da Comarca de Nazaré. Por Decreto N.º 1,392, de 26 de Abril de 1854, passou a termo anexo à Comarca de Maracás e, posteriormente, à Comarca de Santo Antônio da Barra (atual Condeúba), até 1882, quando se transformou em Comarca. Até a década de 1940, a base econômica do município se fundava na pecuária extensiva. A partir dai, a estrutura econômica e social entraria em um novo estágio, com o comércio ocupando um lugar de grande destaque na economia local. Em função de sua privilegiada localização geográfica, com a abertura da estrada Rio-Bahia (atual BR-116) e da estrada Ilhéus–Lapa, o município pode integrar-se às outras regiões do estado e ao restante do país; e logo passou a polarizar quase uma centena de municípios do sudoeste da Bahia e norte de Minas. O território onde hoje está localizado o Município de Vitória da Conquista foi habitado pelos povos indígenas Mongoiós, subgrupo Camacãs, Ymborés (ou Aimorés) e em menor escala os Pataxós. Os aldeamentos se espalhavam por uma extensa faixa, conhecida como Sertão da Ressaca, que vai das margens do alto Rio Pardo até o médio Rio das Contas. Os índios mongoiós (ou Kamakan), aimorés e pataxós pertenciam ao mesmo tronco: Macro-Jê. Cada um deles tinha sua língua e seus ritos religiosos. Os mongoiós costumavam fixar-se numa determinada área, enquanto os outros dois povos circulavam mais ao longo do ano. Os aimorés, também conhecidos como Botocudos, tinham pele morena e o hábito de usarem um botoque de madeira nas orelhas e lábios – daí o nome Botocudo. Gostavam de pintar o corpo com extratos de urucum e jenipapo. Eram guerreiros temidos, viviam da caça e da pesca e dividiam o trabalho de acordo com o gênero, cabendo às mulheres o cuidado com os alimentos. Os homens ficavam responsáveis pela caça, pesca e a fabricação dos utensílios a serem utilizados nas guerras. Já os pataxós não apresentavam grande porte físico. Fala-se de suas caras largas e feições grosseiras. Não pintavam os corpos. A caça era uma de suas principais atividades. Também praticavam a agricultura. Há pouca informação a respeito dos Pataxós. Os relatos afirmam que os Mongoiós ou Kamakan era donos de uma beleza física e uma elegância nos gestos que os distinguiam dos demais. Tinham o hábito de depilar o corpo e de usar ornamentos feitos de penas, como os cocares. Praticavam o artesanato, a caça e a agricultura. O trabalho também era divido de acordo com os gêneros. As mulheres mongoiós eram tecelãs. A arte, com caráter utilitário, tinha importância para esse povo. Eles faziam cerâmicas, bolsas e sacos de fibras de palmeira que se destacavam pela qualidade. Os mongoiós eram festivos, tinham grande respeito pelos mais velhos e pelos mortos. Aimorés, Pataxós e Mongoiós travaram várias lutas entre si pela ocupação do território. O sentido dessas lutas, porém, não estava ligado à questão da propriedade da terra, mas à sobrevivência, já que a área dominada era garantia de alimento para a comunidade.
Os índios e os colonizadores A ocupação do Sertão da Ressaca foi realizada com a conquista dos povos indígenas. Primeiro, João Gonçalves da Costa enfrentou o povo Ymboré. Valentes, resistiram à ocupação do território. Por causa da fama de selvagens, foram escravizados pelos colonizadores. Os Mongoyó, tinham primitivamente naqueles índios os seus principais inimigos por serem êles ferozes e crueis e que impediam a circulação na região quando saiam em busca de caças por isto se aliaram aos portugueses para derrotá-los. Depois dos Ymboré, foi a vez dos Pataxó. Eles também resistiram à ocupação estrangeira, mas acabaram se refugiando para o sul da Bahia, onde, em número reduzido, permanecem até hoje, lutando para preservar sua identidade e seus costumes, com o apoio da FUNAI. Os Kamakan-Mongoyó conseguiram estabelecer relações mais estreitas com os colonizadores a fim de garantir sua manutenção como povo. Ajudaram os portugueses na luta contra os Ymboré. Em 1782, ocorreu a batalha que entrou para a história de Vitória da Conquista como uma das mais importantes. Sabe-se que naquele ano, aconteceu uma fatídica luta entre os soldados de João Gonçalves da Costa e os índios. Os soldados, já fatigados, buscavam forças para continuar o confronto. Na madrugada posterior a uma dia intenso de luta, diante da fraqueza de seus homens, João Gonçalves da Costa teria prometido à Nossa Senhora das Vitórias construir uma igreja naquele local, caso saíssem dali vencedores. Essa promessa foi um estimulante aos soldados que, revigorados, conseguiram cercar e aniquilar o grupo indígena que caiu, no alto da colina, onde foi erguida a antiga igreja, demolida em 1932. Não se sabe ao certo se essa promessa foi realmente feita, mas essa história tem passado de geração em geração. A História nos relata que no período de 1803 e 1806, os colonizadores e os indios nativos viviam momentos de paz e animosidade. Os Mongoyó, sempre valentes guerreiros, continuavam a sofrer e não esqueciam as derrotas passadas perante os colonizadores e preparavam vinganças, mesmo depois de firmar acordo de paz. Passaram então a usar de um atifício para emboscar e matar os colonizadores estabelecidos no povoado. A estratégia consistia em convidar os colonizadores a conhecerem pássaros e animais selvagens nas matas próximas à atual Igreja Matriz provavelmente as matas do Poço Escuro, atualmente uma reserva florestal. Ao embrenhar na mata o índio então com ajuda de outros, já dentro da mata emboscava e matava o homen branco, desaparecendo com o corpo. Isto de modo sucessivo, até que um colono, após luta corporal, conseguiu fugir e avisar às autoridades estabelecidas e demais colonos qual foi o destino de tantos homens desaparecidos. Do mesmo modo se estabeleceu uma vingança por parte dos colonos contra tamanha ousadia. Foram então os índios chamados a participar de uma festa e quando se entregavam à alegria foram cercados de todos os lados e quase todos mortos. Depois disto os indios embrenharam-se nas matas e o arraial conseguiu repouso e segurança. Êste episódio passou a se chamar de o “banquete da morte”. Anibal Lopes Viana escreveu na Revista Histórica de Conquista, “é bem verdade que nas Américas os procedimentos eram os mesmos porem foram muitos mais bárbaros os procedimentos dos espanhóis com os Incas no Peru e com os Astecas no México“, assim como o exterminio deliberado dos índios pelos inglêses e americanos nos Estados Unidos. Os relatos mais precisos sôbre os índios, os colonizadores, a botânica e os animais que aqui viviam no período da colonização, foi feito pelo Princípe Maximiliano de Wied Neuwied ou Prinz Maximilian Alexander Philipp von Wied-Neuwied, (ver também Maximilian zu Wied-Neuwied), naturalista e botânico alemão, no livro “Viagem ao Brasil”, no trecho “Viagem das Fronteiras de Minas Gerais ao Arraial de Conquista”, quando aqui passou em março de 1817.
Infraestrutura
Vitória da Conquista possui uma estrutura compatível com sua população, a terceira maior da Bahia. Um comércio forte e muito dinâmico contando com grande número de empresas além de um shopping center e vários centros comerciais. Esse pujante comércio abrange toda a regiao sudoeste do estado além do norte de Minas Gerais, influenciando uma população estimada em 2 milhões de pessoas, o que coloca a cidade entre os cem maiores centros comerciais do país. A cidade também conta com um setor de saúde público e privado muito bem estruturado, que renderam a ela, prêmios a nível nacional e internacional, freqüentemente seu modelo de saúde pública tem servido de exemplo até mesmo para outros países. Conquista também se destaca por possuir um setor educacional privilegiado, formado por excelentes escolas conveniadas com as melhores redes de ensino do país, além de contar com várias faculdades, tais como: FAINOR ( Faculdade Independente do Nordest), FTC ( Faculdades de Tecnologia e Ciências), FJT ( Faculdade Juvêncio Terra),(Privadas), UFBA, CEFET, UESB (públicas),o que a consagra como um importante pólo de educação superior com cerca de 12 mil universitários, não só para o estado da Bahia, como para todo o Brasil. Destacam-se setores da economia como o moveleiro considerado o maior pólo desta natureza no estado; a cidade é grande produtora e exportadora de café e, atualmente, a construção civil tem sido o grande destaque na economia da cidade, na indústria destacam-se o Grupo Marinho de Andrade (Teiú e Revani), Coca-Cola, Dilly Calçados, Umbro, Kappa, Café Maratá, Tubos KEP, CHIACHIO, indústria de copos descartáveis,dentre outras.Vitória da Conquista possui uma estrutura compatível com sua população, a terceira maior da Bahia. Um comércio forte e muito dinâmico contando com grande número de empresas além de um shopping center e vários centros comerciais. Esse pujante comércio abrange toda a regiao sudoeste do estado além do norte de Minas Gerais, influenciando uma população estimada em 2 milhões de pessoas, o que coloca a cidade entre os cem maiores centros comerciais do país.
Desenvolvimento
A região de Vitória da Conquista, compreendendo os municípios de Barra do Choça, Planalto, Encruzilhada, Ribeirão do Largo e Poções, devido à loclização em uma altitude próxima de 1.000 acima do nível do mar e por não ter geadas, sempre foi uma produtora de café. Entretanto a partir do ano de 1975 esta cultura agrícola foi incrementada com financiamentos subsidiados pelos bancos oficiais, passando a região a ser a maior produtora do norte e nordeste do Brasil. A partir do final dos anos 1980, o município realça sua característica de pólo de serviços. A educação, a rede de saúde e o comércio se expandem, tornando a cidade, a terceira economia do interior baiano. Essa pólo variado de serviços atrai a população dos municípios vizinhos. Paralelamente à expansão da lavoura cafeeira, um pólo industrial passou a se formar em Vitória da Conquista, com a criação do Distrito Industrial dos Ymborés. Nos anos 90, os setores de cerâmica, mármore, óleo vegetal, produtos de limpeza, calçados e estofados entram em plena expansão. O ano de 2007 foi considerado o marco inícial de um novo cíclo na agricultura regional, ciclo este fundamentado no plantio de cana-de-açucar, para produção sobretudo de etanol e no plantio de eucalipto destinado a produção de carvão para a indústria siderúrgica do norte de Minas Gerais, essências e madeira serrada que substituira a madeira de lei nativa cada vez mais escassa. Já estão plantados neste ano, mais de vinte milhões de pés de eucalípto. As micro-indústrias, instaladas por todo o Município, geram trabalho e renda. Estas indústrias produzem de alimentos a cofres de segurança, passando por velas, embalagens e movelaria, além de um pequeno setor de confecções. A educação é um dos principais eixos de desenvolvimento deste setor. A abertura do Ginásio de Conquista em 1940, mais conhecido como Ginásio do Padre Palmeira formou os professores que consolidaram a Escola Normal, ( IEED), o Centro Integrado Navarro de Brito, além das primeiras escolas privadas criadas no Município. A abertura da Faculdade de Formação de Professores, em 1969, respondeu à demanda regional por profissionais melhor formados para o exercício do magistério. A partir da década de 90, a Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia multiplicou o número de cursos oferecidos. Também nessa década, surgiram três instituições privadas de ensino superior. O setor de saúde ganhou novas dimensões. Antigos hospitais foram aperfeiçoados, clínicas especializadas foram abertas e a Rede Municipal de Saúde se tornou, a partir de 1997, referência para todo o País. Esse fato criou condições para que toda a região pudesse se servir de atendimento médico-hospitalar compatível com o oferecido em grandes cidades. Hoteleiros, empresários, comerciantes atacadistas e profissionais liberais formam os segmentos que, junto com a Educação e a Saúde, fizeram a infra-estrutura da cidade abarcar, além de migrantes, a população flutuante que circula na cidade diariamente.
O desenvolvimento da cidade também é atestado pelos índices econômicos e sociais. O Índice de Desenvolvimento Econômico subiu do 11º lugar no ranking baiano, em 1996, para 9º, em 2000. O Índice de Desenvolvimento Social deu um salto: subiu do 24º para o 6º lugar. O IDH – Índice de Desenvolvimento Humano também saltou do 30º lugar em 1991 para 18º em 2000. Dos 20 melhores IDHs baianos, Vitória da Conquista foi o que mais melhorou.
Turismo
A cidade oferece como atrações turísticas o Cristo Crucificado da Serra do Periperi, de Mário Cravo, executada entre os anos de 1980 e 1983, medindo 15 mt de altura e 12 mt de largura, Reserva Florestal do Poço Escuro, Parque da Serra do Piriperi, além de enventos como a Micareta, aqui chamada de Miconquista e o Festival de Inverno da Bahia, , evento de inverno oficial da Rede Bahia afiliada da Rede Globo de Televisão na Bahia. a EXPOCONQUISTA- Exposição nacional de animais e produtos derivados, que acontece todo ano no final do mês de março. O Museu da História Política, Casa de Régis Pacheco, contem um acêrvo de quadros com todos os políticos que governaram a cidade desde a sua emancipação, além de mostrar a arquitetura da metade do século XX, muito bem preservada. A cidade possui vários monumentos onde se destacam, o Monumento ao Índio, o Monumento da Bíblia Sagrada, Monumento ao Princípe maximiano Wind, Monumento ao Índio, o Monumento às Águas, o Monumento aos Mortos e Desaparecidos Políticos da Bahia, no período do regime militar instalado em 1964, localizado no Jardim das Borboleta e o Monumento a Jaci Flores. Este último monumento, além da vida da homenageada, a primeira mulher comerciante legalmente estabelecida em Vitória da Conquista, descendente do casal fundador do Arraial da Conquista, Josefa e João Gonçalves da Costa, relata também a ligação histórica entre Vitória da Conquista, na Bahia e Chaves em Trás os Montes, com trabalhos em faiança portuguêsa, representando o brasão de cada uma destas duas cidades. Faz parte ainda deste conjunto, mais de vinte árvores de Pau Brasil plantados em 10 de fevereiro de 2004, data da inauguração, representando os índios (moradores primitivos), os colonos, os que aqui hoje vivem, estando estas árvores aguardando os futuros habitantes de Vitória da Conquista (foto). A cidade tem mostrado uma grande vocação para o turismo de negócios, devido ao contínuo crescimento econômico que tem experimentado. Possui Estação Rodoviária, com linhas diárias para todas as cidades da região e principais cidades do país, além de um Aeroporto para aeronaves de médio porte com voos diários pelas empresas e Passaredo , TRIP e GOLpara diversas cidades brasileiras. A cidade ganhará um Aeroporto Moderno, localizado a 5Km da BR-116, em direção ao distrito de Iguá.
Geografia
Clima Vitória da Conquista tem um clima tropical, amenizado pela relativa altitude do lugar, tem umas das temperaturas mais amenas no estado Bahia chegando a registrar 6,2°C em 2006, perdendo apenas para as cidades mais altas da Chapada Diamantina, como Piatã). “As chuvas de neblina“, como são chamadas, se concentram no período de Abril a Agosto, já “as chuvas das águas” (mais intensas e fortes) ficam concentradas de Outubro a Março.
Vegetação O engenheiro agrônomo Ângelo Paes de Camargo distribui a vegetação da região de Vitória da Conquista, seguindo-se do interior para o litoral, em faixas: Faixa A – Caatinga ou cobertura acatingada – Vegetação típica de áreas com deficiências hídricas acentuadas, incompatíveis com a cafeicultura. Seus solos são em geral rasos, pedregosos e acidentados. Faixa B – Carrasco, também conhecido como “campos gerais“ou cerrado – É uma vegetação baixa, mais aberta, típica de terra muito pobre e seca. Encontra-se geralmente no espigão divisor das vertentes marítimas continentais a altitudes da ordem de 1.000m ou mais, em solos arenosos. Essa faixa é considerada inapta à cafeicultura. Ela pode ser encontrada também a sudeste da estrada Rio-Bahia. Faixa C – Mata de Cipó. Esta cobertura parece ser a predominante no platô. Vem em geral logo abaixo do carrasco. É uma vegetação alta, fechada com muitas lianas, ou cipós, epífitas (orquídeas) e musgos (barba de mono). Encontram-se muitas madeiras de lei, como pau-de-leite, jacarandá, angico, etc. Também farinha-seca, ipê (pau-d’arco) são frequentes. Como vegetação secundária é abundante: corona, cipó-de-anta, pitiá, caiçara, avelone, bem como capim corrente ou barra-do-choça, além dos amargoso e tricoline. Faixa D – Mata-de-Larga. É a vegetação que predomina logo abaixo da Mata-de-Cipó. Muitas vezes aparece em transição com essa. A Mata-de-Larga é mais baixa e mais aberta que a de Cipó. Apresenta muita samambaia, sapé, capim Andrequicé e muitas leguminosas. São também encontradas muitas palmeiras, planta que falta na Mata-de-Cipó. As áreas de Mata-de-Larga são mais úmidas. A vegetação secundária e a relva resultante é mais verde na estação seca que na Mata-de-Cipó. A cafeicultura deve encontrar condições climáticas satisfatórias em terras de Mata-de-Larga. A maior disponibilidade hídrica deve reduzir os problemas com incidência de ferrugem. Praticamente esta vegetação encontra-se toda a sudeste da Rio-Bahia. Faixas E e F – Mata Fria e Mata Fluvial Úmida – São as vegetações que aparecem nas bordas e nas escarpas sudeste do platô, logo depois da Mata-de-Larga. São áreas úmidas que estão sob influência das correntes aéreas frias e úmidas vindas do oceano. Os invernos são muito sujeitos a frequentes e prolongados nevoeiros. Em plena estação seca… a vegetação herbácea se mantém inteiramente verde. A mata não apresenta praticamente nenhuma madeira de lei. Predomina a madeira branca.”(MEDEIROS, Ruy H. A. – Notas Críticas ao livro “O Município da Vitória”de Tranquilino Torres, p.87)
Relevo “Seu relevo é geralmente pouco acidentado na parte mais elevada, suavemente ondulado, com pequenas elevações de topos arredondados. Seus vales são largos, desproporcionais aos finos cursos d’água que aí correm, de fundo chato e com cabeceiras em forma de anfiteatro. Ocorrem no platô elevações geralmente de encontas suaves (embora existam aquelas com encostas íngremes), que podem atingir 1.000m ou mais. A Serra do Periperi, por exemplo, localizada a Norte/Noroeste do núcleo urbano de Vitória da Conquista, tem cota máxima de cerca de 1.109m e mínima de 1.000m, enquanto que seu entorno próximo apresenta altitudes que variam de 857 a 950 metros. Outros exemplos de altitudes acima de 1.000 metros são verificáveis em “Duas Vendas” (Município de Planalto) adiante da “Fazenda Salitre”(em Poções), em terrenos íngremes, e a “Serra da Ouricana” (uma das serras localmente conhecida como “Serra Geral”), em Poções e Planalto. A medida que as altitudes caem e que se aproxima das encostas, o relevo torna-se fortemente ondulado.” (MEDEIROS, Ruy H. A. – Notas Críticas ao livro “O Município da Vitória”de Tranquilino Torres, p.67)
Principais bairros Entre os vários bairros que compõem a cidade de Vitória da Conquista, destacam-se o Centro, Aírton Sena, Alto Maron, Bateias, Boa Vista, Brasil, Campinhos Candeias, Cruzeiro, Distrito Industrial, Espírito Santo, Felícia, Guarani, Ibirapuera, Jatobá, Jurema, Lagoa das Flores, Nossa Senhora Aparecida , Universidade, Patagônia,Primavera, Recreio, São Pedro, Zabelê
POLÍTICA
Por volta de 1890, a Imperial Vila da Vitória já toma aspecto de cidade. Em 1888, o coronel Durval Vieira de Aguiar. Em seu livro DESCRIÇÕES PRÁTICAS DA PROVÍNCIA DA BAHIA faz um relato detalhado do centro urbano do ex-povoado: “A Vila edificada em terreno acidentado ao pé da serra denominada de piriperi. As casas são térreas… A praça é quadrilonga e de ladeira, Ficando no centro a matriz… O comércio é pequeno e também o mercado da feira… Tudo isso não tem desenvolvimento pela falta de meio de exportação. Percebe-se, então, que estas determinantes da estrutura agrária montada naquela época constituíam-se em fatores limitantes do desenvolvimento regional”. Já no registro MEMÓRIA SOBRE O ESTADO DA BAHIA, de Francisco Viana e José Carlos Ferreira, editado em 1893, percebe-se um considerável surto de crescimento urbano. Surgiram os primeiros sobrados, construídos pelos coronéis. Diz o texto: “A cidade, edificada em terreno acidentado é formada de casas térreas e envidraçadas em sua maioria e de poucos sobrados, caiados a tabatinga e cal, formando onze ruas. Na praça maior (antiga Rua Grande e hoje as praças Tancredo Neves e Barão do Rio Branco) a praça mais central chamada de Matriz se encontra a Igreja Paroquial e o Paço de Conselho, propriedade particular… A cidade tem duas escolas públicas e seis particulares. Seu comércio é assaz importante e estende suas relações à capital do Estado, as cidade e vilas do centro… Conforme o censo de 1872, Vitória tinha uma população de 18.836 habitantes, Já em 1890 chega a 26.617 habitantes. Pelo censo deste período, houve também um acentuado crescimento da população escrava em 1870, se comparado às últimas cifras de 1817, quando chegaram os primeiros negros trazidos pelos colonizadores da região. A explicação pode estar no fato de que o grosso da escrevia de Conquista se deve ao declínio da população aurífera na região do Rio de Contas.
Ao tempo de Durval Vieira fazia uma descrição da Vila (1888), Neste ano era sancionada a Lei Áurea, na Imperial Vila da Vitória, apenas um vereador do Conselho defende a legalidade e justeza da lei. Constata-se, pois, que quase todos os membros do Conselho estavam ligados aos senhores de terras, pecuaristas e latifundiários.
Um ano depois viria a República (1889) e com ela a força cada vez maior da figura dos coronéis. Mas, mesmo com a mudança do regime no país, a estrutura social e econômica não mudaria. A economia baseada na produção agro-exportadora mantinha-se dependente, persistia o regime de produção agro-econômica – a monocultura, bem como o poder político nas mãos dos grandes proprietários de terras – a elite agrária. Com a transformação do regime, as Províncias Unitárias, que constituíam o império, passam, com o Governo Federativo, a Estados, e muitas vilas ganham o status de cidades, como foi o caso da Imperial Vila da Vitória. Mas o regime ainda mantinha no poder um governo oligárquico, apoiado na economia tradicional. A Bahia, por exemplo, foi a última a aderir o novo governo. Nesta época conhecia mais o líder político do que seu partido.
Proclamada a República não se admitia qualquer vislumbre de Monarquia, e a Imperial Vila da Vitória, de caráter nobiliárquico, passou a chamar-se Cidade da Conquista, No dia 1º de junho de 1891. A vila adquiriu a condição de cidade, mas a estrutura ficou definida em torno de um chefe político local. As “famílias importantes” indicavam conselheiros para representá-las na Câmara, na época Conselho Municipal. Neste período, as famílias chefiadas pelos coronéis indicavam o intendente para também representá-las no Estado. Vê-se, portanto, que a política local gravitava em torno de interesses particulares, familiares e para a defesa de questões agrárias. A esse tempo, o núcleo urbano bem maior e desenvolvido, os chefes de famílias tradicionais edificam na sede seus solares e sobrados.
Quanto ao aspecto político, do final do século 19, até 1909, a política local, tinha como líder o coronel Francisco José dos Santos (filho de Sinhazinha Santos, matriarca da família Santos nesta cidade). Era opositor, o coronel Pompílio Nunes de Oliveira (que só conseguiu eleger apenas um candidato, o coronel Antonio Lima Guerra, Intendente de 1896 a 1903). Depois da Morte do coronel Francisco Santos, seu cunhado o coronel José Fernandes de Oliveira Gugé assume a liderança política local. Cel. Gugé chefiou a política desta cidade até 1918, quando morreu. Estevão Santos era irmão do cel. Francisco Santos e mais tarde tornou-se Intendente Municipal.
Vê-se, pois, que o processo político se traduz como simples alternância entre os núcleos familiares no poder local, todos aparentados entre si, e isso explica a centralização do poder político em torno das famílias Oliveira, Santos, Fernandes, Correia, Nunes de Oliveira e mais tarde, Ferraz e Gusmão, durante mais de 100 anos de história política local. As quatro primeiras famílias são portuguesas a quinta espanhola a sexta italiana e a última também espanhola. Esse fato se explica da seguinte forma: durante este período da História do Brasil, a presença do imigrante nas terras brasileiras foi incentivada pela Oligarquia Agrária da época, que estava em busca de mão-de-obra barata e, como havia perdido o trabalho não-remunerável dos escravos, apelou para os imigrantes, que tinham certa mão-de-obra especializada. Houve até alemães trabalhando em fazendas de café por várias partes do território nacional.
A alternância no poder se dava por questões de diferença da política dos coronéis. As cisões ocorriam por motivos pessoais. Com a morte do cel. Guge em 05 de agosto de 1918 destacou-se outro parente, o cel. Maximiliano Fernandes de Oliveira, um dos maiores chefes da oligarquia agrária regional.
A crônica política voltada para a metade do século XIX e primeira metade do século XX é a característica de uma série de pequenos acontecimentos que, na perspectiva dos interesses locais, eram julgadas relevantes. As diferenças de acordos das famílias, as empreitadas a jagunços e a política do mandonismo, são ingredientes do processo político local, num esquema de economia agrária, onde a disputa do poder de mando ficava entre os grandes coronéis. Disputas estas que chegaram a causar uma espécie de guerra civil na cidade. Em 1919, quando a política de mando foi disputada à luta armada entre as facções rivais divergentes da época – Meletes e Peduros.
Depois da morte do Cel. Gugé em 1918, o Partido Republicano em Conquista, estava rachado entre as citadas facções, uma parte liderada por Pompílio Nunes e a outra por Ascendino Melo. Em síntese, duas ou mais facções políticas, lideradas pelas principais riquezas do local, apoiavam-se no próprio poder econômico e no auxílio do Intendente e Governador, disputavam o governo municipal. Pode se dizer então que, o que caracterizava a projeção política e social da cidade era, sobretudo a economia agrária, nucleada em grandes propriedades. O senhor de terras detinha o monopólio político.
A guerra entre Meletes e Peduros, só chegou ao fim depois de um entendimento entre ambas facções e de uma conciliação em torno de um nome para assumir a Intendência – Ascendino dos Santos Melo, nomeado pelo então Governador Antônio Muniz. Ascendino era filho do primeiro Intendentede Conquista, Joaquim Correia de Melo.
A estrututa social também se define pelo conjunto de fazendas símiles, manipulando o pensamento e criando uma estrutura social, política e econômica agrária, conservadora e paternalista. Inexiste um mercado de trabalho, até mesmo contratual. Vê-se que o poder de mando baseava-se no controle de terras e se edificava através da família ou do grupo.
Nos anos 20 surge outra liderança política: Cel. Justino Gusmão, quando o Gugelismo e o Ascendinismo chegavam ao fim. Justino venceu as eleições de 1923, derrotando o médico sanitarista Régis Pacheco, outro que se constituirá numa forte liderança nas décadas seguintes. Justino rompeu com os republicanos históricos (situação local) liderados por Ascendino Melo e Régis Pacheco aliando-se a Deraldo Mendes.
A revolução de 30 não mudou muito a história de Conquista. Juracy Magalhães, escolhido interventor no Estado, em nota oficial de 24 de setembro de 1930, diz “ter resolvido não se fazer, por ora, nenhuma modificação na situação dominante do município conservando-se até que seja estudado assunto”… Em 1933, através do Partido Social Democrático, o Tenentismo passou a apoiar-se nas Oligarquias locais. Em Conquista, o Partido Social Democrático tem como chefe o cel. Deraldo Mendes Ferraz, expressão de primeira grandeza do latifúndio na região, que apoiara a Revolução de Outubro. Derrubados os governos federal e estadual, a oposição em Conquista, ou seja, a Aliança Liberal. Chefiada por Deraldo Mendes, formou uma “Guarda Branca” e expulsou Otávio Santos, então intendente. Assumiu provisoriamente, Bruno Bacelar, prefeito tampão, que só fez mudar os nomes das ruas “Boiada” para João Pessoa, “Muranga” para Siqueira Campos e “Ruas dos Tocos” para 10 de Novembro, numa demonstração de apoio aos revolucionários de 30.
A escolha do Intendente se não fosse deferida a um grupo familiar agrário, o seria para outro de base econômica idêntica, uma vez que a liderança política local derivava sua importância aos grandes proprietários rurais. As outras classes econômicas, como os comerciantes e os profissionais liberais não tinham condições de apresentarem-se como alternativas políticas. Tanto o comerciante, que era abastecido pelos latifundiários, quanto os profissionais liberais, que os tinham como seus clientes, deviam-lhes favores. No campo, a situação era ainda pior. Os trabalhadores rurais, agregados às fazendas, são dominados por um conjunto de mecanismos capazes de impedir o desenvolvimento de uma consciência política.
A situação política ficou na direção de Deraldo Mendes até 1937, quando Getúlio Vargas dava o Golpe de Estado no País e cria o Estado Novo, ditatorial. Neste momento, em Conquista, Justino Gusmão se alia a Régis Pacheco para fazer oposição a Deraldo Mendes, que funda na cidade a UDN – Unidade Democrática Nacional, e mais tarde o PSD – Partido Social Democrata. Já Regis Pacheco defendia a ação autonomista. Percebe.-se, então, que a luta política vai passando agora de grupos familiares para grupos políticos. Em Conquista, durante a o período ditatorial de Vargas (1937-1945) Régis Pacheco chefia a política local.
A dinâmica social seria responsável pela mitigação daquele domínio familiar. Novos fatores vão penetrar a realidade social, refletindo politicamente nas disputas em torno do mando local. O comércio, o desenvolvimento econômico, sua diversificação, fazem surgir os personagens correspondentes às novas atividades econômicas, inclusive imigrantes atraídos pela expansão econômica e urbana que a cidade começa a experimentar, e ocorre a prática do populismo.
Depois que a segunda guerra mundial começou, a cidade passou a chamar-se Vitória da Conquista, conforme o decreto 141 de 31 de dezembro. A mudança traz também transformação social, patrocinada pela guerra, que trouxe a expansão do comércio (com a instalação de novas casas comerciais abertas pelos chegaram de diversas partes do Nordeste), a abertura de rodovias que permitiu a escoamento da produção agrícola (aumentava com a construção da BR-116 – Rio/Bahia, em 1936) e o aumento da população que na primeira metade do século (1900 – 1950) atingiu o início da década deste período com 29.898 habitantes e no fim 96.664 habitantes, sendo que o maior índice de crescimento demográfico foi justamente entre 1940 – 1950. A década de 40 foi referência para o desenvolvimento local. Com a euforia econômica registrada no período de 1930 – 1960 foram instaladas as primeiras agências bancárias da cidade.
A população, que antes era na sua maioria rural, passa a ser predominante urbana. Assim, a questão da nova realidade econômica, adicionada ao novo fator populacional, inclusive com a mentalidade de nova geração, e o surgimento do comercio estruturado, desorganizam a velha estrutura agrária, política, econômica e social. Novos agentes sociais são introduzidos no discurso político. Outra contribuição foi a criação de uma nova mentalidade. Passou a ser agente democratizador em relação à ordem estabelecida, pois não estava ligado ao latifúndio local.
A formulação política oposicionista predominante na década de 50, surgida com o resultado de todas as transformações locais ocorridas em Conquista, é um tipo de populismo. O líder da nova corrente, o advogado Nilton Gonçalves, com o slogan “O tostão contra o milhão” mobiliza toda a cidade. A prática deste método era geralmente feita por profissionais liberais, como médicos, advogados e engenheiros. A postura populista do novo, não significava que em torno de si deixassem de gravitar personagens ligados ao tradicionalismo e que se opunham ao núcleo familiar que detinha o controle da administração pública do município (1954). Aquele advogado não conseguiu o mando com a postura populista, mas sua campanha pôs em evidência um conjunto de interesses e idéias contrárias ao tradicional domínio puramente familiar. O pensamento oposicionista iria esperar até 1962 para, em curto período, para experimentar o governo municipal do jovem engenheiro José Pedral Sampaio. Aquele causídico a quem nos referimos, tempos depois voltaria a cena política e assumiria o poder político municipal, aliado aos seu antigos rivais conservadores. Tudo envolvia jogo de interesses e manipulação popular. Pode definir este período como o da democratização política do desenvolvimento econômico e da manipulação de massas. Ironias a parte, voltaria então Nilton Gonçalves derrotar o representante do que fora conquistado em 1962.
Gerson Sales (PSD), prefeito em 1951, facilitou a eleição do seu sucessor. O engenheiro agrônomo Edvaldo Flores, em 1954. Na década de 50, portanto, o domínio político estava nas mãos do “Gusmãos”, tendo como expressão maior o ex-udenista Gerson Gusmão Sales, sendo reeleito para o período de 1959 a 1963.
O relacionamento político dominado por interesses apenas particulares e familiares, no entanto, entra em crise. Em 1962, uma coalizão de partidos, com a presença de personalidades situadas tanto da esquerda do processo em sentido sociológico, quanto do centro e até mesmo da direita, vem do mando administrativo local um núcleo familiar exclusivista. José Fernandes Pedral Sampaio era o novo líder emergente desta coalizão.
Com o Golpe Militar em 1964, Pedral ficou impedido de administrar o município, pois o novo regime decretaria o sei “impeachment”, ficando assim sem direitos políticos por vinte anos. Administrou o município por apenas treze meses. Em seu lugar, assumiu o advogado Orlando da Silva Leite, que na época era o Presidente da Câmara, que governou de maio de 1964 a abril de 1967, quando passou o cargo a mais um profissional liberal, o médico Fernando Spínola, que administrou ate 1971. A experiência democrática de 1946 a 1964 foi limitada e chegou ao fim com a crise do populismo.
Por volta de 1971. a política conquistense deixava seus representantes da economia agrária e passava para os profissionais liberais, agricultores e comerciantes enriquecidos no período pós-guerra, Que defenderam a diversificação econômica (o café era a opção da época) e do desenvolvimento comercial, indo até a implantação de um pólo industrial em 1972.
O crescimento da população urbana de Vitória da Conquista tem sido impressionante: dos 8.644 habitantes de 1940, o núcleo urbano passou para 85.959 habitantes em 1970. O setor de construção civil encontra-se em fase bastante avançada. Além de estender-se horizontalmente através das várias da zona central e dos bairros, Conquista cresce também no sentido vertical. Foi neste momento que começaram a surgir os primeiros edifícios da cidade.
Em 1971 assume a prefeitura o advogado Nilton Gonçalves, do qual já falamos na década de 50. Eleito pela ARENA (Aliança Renovadora Nacional), apoiado nas promessas do então governador Antonio Carlos Magalhães, que em praça pública garantiu a implantação da Universidade e daria a Nilton Gonçalves a chave do palácio, para que entrasse quando quisesse, isso era a garantia de grandes obras para o município. Em 1972 a oposição MDB (movimento Democrático Brasileiro), elegeu o médico Jadiel Vieira Matos, e iniciou uma nova fase na história política local. Jadiel administrou o município ate 1977 e sua gestão alcançou o auge do café, a urbanização e a expansão da cidade, o desenvolvimento comercial, o crescimento demográfico e industrial.
A partir de 1971, o café, a nova opção econômica, tornou-se o maior investimento feito nos últimos anos, em termos econômicos, financeiros e sociais, destacando-se em 1978 entre os vinte municípios brasileiros que mais renovaram seus cafezais e o segundo município baiano.
O café representou uma espécie de dique à migração para o sul, à medida que absorve uma vasta quantidade de mão-de-obra. O fluxo migratório diminuiu consideravelmente. No fim da década de 80 a região de Conquista quase chegou à exaustão econômica, onde de exibia milhares de casas à venda ou para aluguel. Isso porque a pecuária estava descapitalizada. Os moradores, até então, se encontrava dentro do anel que contorna a cidade. Após 1980, a cidade inchou e apareceu a periferia. A rápida urbanização, no entanto, não foi acompanhada de uma política de emprego que absorvesse as grandes camadas que se deslocavam para a cidade. A construção civil, antes com nível baixo, foi durante o período de 70 e 80, a atividade mais dinâmica do município. Porém as unidades construídas eram de acesso somente para a classe média e alta.
Quando a questão da mão-de-obra no campo, apesar de sua fixação à terra (em alguns casos), não houve melhoria de condição de vida do trabalhador rural paralela à importância da cultura cafeeira na região. Primeiro, porque o café é um produto instável, de cultura flexível, havendo ciclos prolongados de colheita. Também os catadores de café são convocados somente nos períodos de colheita. Esse é o aspecto negativo que a cafeicultura apresentou como conseqüência social.
Isso provocou a ampliação da rede bancária, a expansão das próprias atividades comerciais e o aumento da arrecadação tributária. Agora que a sociedade local não é formada apenas de ricos donos de fazendas e trabalhadores do campo, fazer política ficou cada vez mais difícil. Mesmo nos campos, com a implantação do Pólo Cafeeiro, surge um proletariado rural com potencialidades políticas. Novos interesses cristalizam-se e, refletindo, os partidos políticos se subdividem.
Como nesta época, em pleno regime militar, apenas dois partidos eram considerados legais (ARENA E MDB), este último se subdividiu em duas frentes, cada qual com seu projeto político. Ao mesmo tempo surge, ideologicamente, o mito da “Cidade Politizada” e “Cidade Progressista”.
O café, portanto, provocou novas demandas comerciais, pressionou o sistema viário existente, impõe-se a necessidade de novos serviços, desorganizou-se a produção existente, dando-lhes contornos mais nitidamente capitalistas e provocou a proletarização no campo. Enfim, chega-se a década de 80 e Vitória da Conquista experimenta, como refluxos do desenvolvimento dos últimos 40 anos, o aumento populacional (por migrações), a expansão comercial (novos pontos e casas comerciais), a atração do mercado de trabalho (profissionais liberais e para o setor primário) e o surgimento de novos bairros periféricos (classe baixa. Em 1940, a zona urbana não chegava a ocupar cem hectares, em 1980 ocupará seiscentos hectares. Em 1970 a população atingiu, 85.959 habitantes (núcleo urbano). Em 1980, quase dobrou, chegando a 151.287 habitantes.
RESUMO DA HISTÓRIA POLÍTICA
O primeiro Intendente Municipal de Conquista foi Luiz Fernandes de Oliveira. Quando no dia 09 de novembro de 1840 foi instalada a Vila e Município, com o nome de “Vila Imperial da Vitória”, os conselheiros elegeram-no Presidente do Conselho Municipal (atual Câmara de Vereadores). Na época (Império) o Presidente do Conselho tinha atribuições administrativas com o titulo de “Intendente”, que era o chefe do executivo.
Depois de Luiz Fernandes de Oliveira (pai do Cel. José Fernandes de Oliveira Gugé) até 1892, não se sabe quais foram seus sucessores.
INTENDENTES
No Regime Republicano, o primeiro Intendente Municipal foi cel. Joaquim Correia de Melo, eleito por um colégio de cinco membros do Conselho Municipal. Governou de janeiro de 1892 a dezembro de 1895, confirmado no cargo pelo então Governador do Estado J.M. Rodrigues Lima.
O segundo Intendente foi o Cel. José Antônio de Lima Guerra, oficial da Guarda Nacional; era correligionário e seguidor político do Cel. Pompilio Nunes. Foi eleito intendente e governou de janeiro de 1896 a dezembro de 1899 e, nomeado, continuou no cargo durante o período de janeiro de 1900 a dezembro 1903. O Cel. Gugé fazia-lhe oposição.
O terceiro Intendente foi Estevão José Santos Silva, empossado no cargo em 1904, governando o município no biênio 1904/1906. Sucedeu-lhe o Bacharel em Direito João Diogo de Sá Barreto, que governou de 1906 a 1908. Era genro de Cel. Gugé. Depois dele veio e Cel. José Maximiliano Fernandes de Oliveira, que governou até dezembro de 1911.
Depois de Maximiliano, foi eleito pelo povo (em eleição realizada no dia 12 de novembro de 1911), o Cel. José Fernandes de Oliveira Gugé, que governou de janeiro de 1912 a dezembro de 1915. Sucedeu-o, o seu genro Leôcio Satyro dos Santos Silva, que assumiu a Intendência em janeiro de 1919( antes de completar o mandato de quatro anos), foi compelido a renunciar ao cargo, pela facção política oposicionista (“os Meletes”), depois da luta Aramada entre “Meletes e Peduros”. Substituiu-o o Cel. Francisco da Silva Costa, exercendo o cargo até a nomeação de Ascendino dos Santos Melo. A luta terminou no dia 22 de janeiro de 1919, consolidando a vitória dos “Peduros”, nomeando então, o Cel. Ascendino Melo para o cargo de Intendente, líder da facção, a apoiado pelo Governador Antônio Ferrão Muniz de Aragão, completando o mandato até dezembro de 1919.
Logo em seguida assumiu a Intendência Jesulindo de Oliveira em janeiro de 1920, ficando no cargo menos de um mês, voltando o Cel. Ascendino Melo, que terminou indo até agosto de mesmo ano, quando foi eleito pelo povo (como candidato único) para completar o biênio 1920/1921.
Sucedeu o Cel. Ascendino Melo outro Cel., Paulino Fonseca, eleito para o cargo no dia 11 de novembro de 1921. Tomou posse em janeiro de 1922, renunciando o cargo meses depois. Substituiu-o Antônio da Silva Borges, para p biênio 1922/1923. Em seu lugar assumiu o Cel. Justino da Silva Gusmão, que dirigiu o município de janeiro de 1924 a dezembro de 1925. Em novembro de 1927 foram realizadas eleições municipais em todo o Estado, sendo eleito Intendente de Conquista Otávio José dos Santos Silva, que deveria governar de janeiro de 1928 a dezembro de 1931. Antes, porém, foi deposto pelos “revolucionários” adeptos do Movimento Outubro de 1930. Assumiu provisoriamente o seu lugar Bruno Barcelar de Oliveira, sendo o último dirigente municipal com título de “Intendente”.
PREFEITOS
O primeiro prefeito de Conquista, depois da “Revolução” de 30, foi o chefe político local oposicionista e adepto do Movimento Getulista, o Cel. Deraldo Mendes Ferraz, nomeado para o cargo em novembro de 1930 pelo Interventor Federal na Bahia, Leopoldo Afrânio Bastos do Amaral. Administrou o município entre os anos de 1931 e 1932. Substituiu-o Arlindo Mendes Rodrigues, nomeado pelo então Interventor Juracy Magalhães, por indicação do Cel. Deraldo Mendes, em 1933. Governou até maio de 1936. Em 36, foi eleito Florentino Mendes de Andrade. Governou até novembro de 1937, quando houve o Golpe do Estado pelo presidente Getúlio Vargas, que instituiu o “Estado Novo”. Em seu lugar ficou Joaquim Fróis era o chefe do Integralismo local. Administrou até maio de 1938.
Nessa época desponta outra liderança política local, o Dr. Luiz Régis Pacheco Pereira, nomeado Prefeito pelo então Interventor Landulfo Alves de Almeida. Com a retirada de Getúlio Vargas da presidência, no fim de outubro de 1945, pelas Forças Armadas, Régis Pacheco foi substituído pelo Juiz de Direito da Comarcar. Dr. Eduardo Martins Daltro de Castro, nomeado pelo Interventor Bulcão Viana, sendo logo substituído pelo Promotor Público, Dr. Salvador Fernandes de Oliveira Santos em novembro de 45. Governou temporariamente até abril de 1946. Substituiu-o Antonio Pedreira de Oliveira, nomeado pelo Dr. Guilherme Marback, que estava na Interventoria do Estado na ocasião. Candidatando-se a prefeito afastou-se do cargo em maio de 46, sendo nomeado em seu lugar Izalto Ferraz de Araujo que exerceu o mandato até abril de 1947. Eleito Antonio Pedreira reassumiu a Prefeitura em abril de 47 e governou até outubro de 1950. Em 03 de outubro de 1950 foi eleito Deputado Estadual.
Na década de 50 desponta outra liderança política local 1- Gerson Gusmão Sales, eleito prefeito em 03 de outubro de 1950. Tomou posse em abril de 1951, exercendo o cargo até abril de 1955. Na eleição de 03 de outubro de 1954, saiu vencedor o candidato Gerson Sales, o Dr. Everaldo de Oliveira Flores, tomou posse em abril de 55 e exerceu o mandato até outubro de 58, quando foi eleito Deputado Federal. Assume Nelson Gusmão Cunha, então o presidente da Câmara de Vereadores, terminando o mandato de Everaldo Flores em abril de 58. Gerson Sales volta para o quadriênio 1959/1963. Em 58 surgiria a maior liderança na história da política conquistense, o engenheiro José Fernandes Pedral Sampaio, que foi eleito prefeito em outubro de 1962. Governou o município até 06 de maio de 1964, quando ocorreu o Golpe Militar de março de 64 pelas forças armadas.
Em seu lugar foi nomeado o Dr. Orlando da Silva Leite, que era na época o presidente da Câmara de Vereadores. No dia 30 de junho de 1964 foi confirmado no cargo. Assumiu a presidência da Câmara o Dr. Jose Gil Moreira. Pedral Sampaio foi afastado e decretado contra ele o “Impeachment”. Orlando foi substituído pelo Dr. Fernando Spínola, eleito em 15 de novembro de 1966. Governou até abril de 1971. Depois dele veio o Dr. Nilton Gonçalves, eleito em novembro de 1970. Exerceu o cargo até 31 de janeiro de 1973, quando o candidato de Pedral Sampaio, Dr, Jadiel Vieira Matos, conseguiu quebrar a seqüência dos candidatos da ARENA. Jadiel era do MDB e tomou posse no dia 31 de janeiro de 1973, governando o município até 31 de janeiro de 1977. Em 77 assumiu a prefeitura o advogado Raul Carlos de Andrade Ferraz. Seu mandato termina em janeiro de 1981, porém, o presidente João Baptista Figueiredo decretou em 1980 a prorrogação dos mandatos dos prefeitos e vereadores por mais dois anos, estendendo seu mandato por mais dois anos até 31 de janeiro de 1983.
Em agosto de 1982 teve que deixar a Prefeitura para candidatar-se a deputado federal; a administração municipal ficou nas mãos de Gildásio Cairo.
No dia 15 de novembro de 1982, foi eleito depois de 20 anos afastado do cargo, o engenheiro José Pedral Sampaio. Na mesma ocasião Raul Ferraz foi eleito deputado federal. Pedral governou até março de 1987, quando deixou o cargo para assumir a Secretaria dos Transportes no Governo Waldir Pires, deixando como sucessor Hélio Ribeiro que administrou a Prefeitura até agosto de 1988. Pedral Voltou em agosto de 1988 e conseguiu fazer seu sucessor Murilo Mármore. Em 1º de janeiro de 1989 assumiu a Prefeitura estendendo seu mandato até 31 de dezembro de 1992. Em 1º de janeiro de 1993 reassumiu a Prefeitura o Sr. Pedral Sampaio.
Em Janeiro de 1997, assume a Prefeitura, Dr. Guilherme Menezes (PT), eleito por uma grande coligação de partidos de esquerda e o PSDB. Em 1º de outubro de 2000 é reeleito com 60,8% dos votos válidos para mais um mandato de quatro anos.
Com a renúncia de Guilherme Menezes para candidatar-se a deputado federal, em 05 de abril de 2002, assume na condição de vice-prefeito o Sr. José Raimundo Fontes, sendo reeleito em 2004 por mais quatro anos à frente da Prefeitura Municipal de Vitória da Conquista.
Em 2008, o ex-prefeito Guilherme Menezes, concorre a eleição e mais uma vez vence, e governa o município até esta data, ou seja seu mandato termina em 31 de dezembro de 2012
* Fontes: Ruy Medeiros, Aníbal Viana, Durval Vieira, Tranquilino Torres
1908 A 1911 – CEL MAXIMILIANOI FERNANDES DE OLIVEIRA
1892 A 1895 – CEL JOAQUIM CORREIA DE MELO
1896 A 1903 – CEL JOSE ANTONIO DE LIMA GUERRA
1904 A 1906 – ESTEVÃO SANTOS
1906 A 1908 – CEL JOAO DIOGO SA BARRETO
1908 A 1911 – CEL 1916 A 1919 – LEONCIO SANTOS
1919 A 1921 – CEL DINO CORREIA
1922 – PAULINO FONSECA
1922 A 1923 – AGRIPINO BORGES
1924 A 1925 – JUSTINO GUSMAO
1926 A 1927 – PAULINO SANTOS
1928 A 1930 – OTÁVIO SANTOS
1930 A 1932 – CEL DERALDO MENDES
1933 A 1936 – ARLINDO MENDES RODRIGUES
1936 A 1937 – FLORENTINO MENDES DE ANDRADE
1937 A 1938 – JOAQUIM FROES
1938 A 1945 – DR LUIZ REGIS PACHECO
1946-47 A 1950 – ANTONIO PEDREIRA
1946 A 1947 – ISALTO FERRAZ DE ARAUJO
1951 A 1955 E 1959 A 1963 – GERSON GUSMÃO SALES
1955 A 1958 – EDVALDO FLORES
1958 A 1959 – NELSON GUMAO
1963 A 1964 – JOSE PEDRAL SAMPAIO
1964 A 1967 – ORLANDO LEITE
1967 A 1971 – DR FERNANDO SPINOLA
1971 A 1973 – NILTON GONCALVES
1973 A 1977 – DR JADIEL VIEIRA MATOS
1977 a 1982 Raul Carlos Anddrade Ferraz
1982 A 1983 – GILDASIO CAIRO
1983 A 1987 E 1988 A 1989 – JOSE PEDRAL FONTE BLOG DO PAULO NUNES – APENAS OS TEXTOS