A União de Mulheres de Vitoria da Conquista divulga carta expondo casos de violência que ocorre em conquista, e pede a sociedade para se entregarem e participarem das reivindicações junto aos órgãos competentes.

 

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Foto Arquivo Otilha/Lídia/Gil

Maria Otília Soares    [email protected]

É com muita angústia que nos dirigimos à população de nossa querida cidade para expressar a grande tristeza com a violência exacerbada que tem ocorrido aqui em Vitória da Conquista, sobretudo, nesses primeiros dias do ano de 2016. A União de Mulheres de Vitoria da Conquista é uma entidade que tem por finalidade lutar pela igualdade da mulher, na luta geral da sociedade; na busca pela justiça e igualdade social; bem como, busca dar voz às reivindicações sociais das mulheres, cristalizadas no seu direito ao trabalho, na sua proteção enquanto mãe, na proteção da infância pelo conjunto da sociedade, através do Estado e tem por OBJETIVO unificar e organizar as mulheres pela sua plena igualdade social.

Com esse papel, nos sentimos responsáveis em lutar pela PAZ.  Nesses primeiros dias de 2016, ocorreram diversos fatos violentos, como assassinatos de adolescentes, jovens e adultos; outros adolescentes e jovens foram vítimas de armas de fogo, sequestros, estupros, o assassinato da Pastora Marcilene e sua sobrinha, crime que criou um estado de comoção em toda sociedade, pela atrocidade com que foi cometido; o sequestro relâmpago de mulheres em pleno centro da cidade e na periferia; uma criança de 3 anos baleada, outra de 10 estuprada; assaltos diversos; invasão de residências; furtos; tudo isso resultado da violência urbana que tem assolado nossa cidade, com uma voracidade brutal.

No âmbito da Violência doméstica tivemos vários casos em  Vitoria da Conquista, só os noticiados: 1) Professora esfaqueada passa por cirurgia no Hospital Samur; 2) Homem é detido após agredir a própria mãe com cabo de enxada; 3) Homem é preso após bater em esposa várias vezes e impedi-la de entrar em casa; 4) Depois de chegar tarde da igreja, mulher apanha do marido ‘desconfiado’; 5) Homem é suspeito de agredir companheira grávida com espingarda e faca; 6) Polícia busca identificar suspeito de estuprar universitária; 7) Briga de casal de hippies vira caso de polícia na Praça Nove de Novembro; Destaque: 8) Criança de 10 anos é internada no Hospital Esaú Matos após ser estuprada; 9) Homem é detido após tentar tirar ex-mulher de bar; 10) Mulheres são agredidas com copo de vidro e outra é ameaçada com pedaço de madeira pelo marido. Outros tantos ocorrem e sequer chegam às páginas da imprensa local, ou à DEAM – Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher.

Temos a seguinte indagação: o que o Estado fará para resolver a questão da violência? Quando nos referimos ao Estado, estamos falando dos três poderes que compõe a sua estrutura: O Judiciário, o Legislativo e o Executivo. O Legislativo que tem o dever de debater as demandas sociais juntamente com a sociedade civil organizada, no sentido de encontrar soluções adequadas aos fatos, propor e votar leis e medidas cabíveis. O Executivo tem o dever de aplicar as leis, executar medidas e ações que viabilizem a organização social, bem como, fazer com que essas políticas atendam a todos. O Poder Judiciário, erroneamente, acredita-se que seu papel é somente julgar e punir, para, além disso, sua atribuição se estende ao diálogo com a sociedade, para encontrar o melhor caminho.

A sociedade tem o dever de junto com os seus poderes representativos, encontrar soluções para os problemas que a afligem e a atingem. Para a promoção de uma CULTURA DE PAZ e o desejo de uma sociedade justa e igualitária precisamos envidar forças conjuntas para garantir: 1 – Educação de qualidade e ampliação da jornada escolar; 2 – Ampliação da oferta de cultura e lazer nos bairros; 3 – Ampliação dos dias e horários de atendimento da DEAM; 4 – Implantação DAS COMUNIDADES DE ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO (CASES); 5 – Trabalho de fortalecimento de vínculos entre as famílias e as instituições que as defendem; 6 – Criação das Delegacias do Adolescente Infrator (DAI) e Especializada de Repressão a Crimes Contra a Criança e o Adolescente (DERCA). 7 – Ampliação de parcerias entre o governo e as Instituições não-governamentais; 8 – Implantação da Casa Abrigo entre outras ações.

Maria Otília Soares    [email protected]