ABI e Sinjorba lançam rede de proteção a jornalistas na Bahia

A Associação Bahiana de Imprensa (ABI) e o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado da Bahia (Sinjorba) lançaram, nesta terça-feira (4), uma Rede de Combate à Violência Contra Profissionais de Imprensa e apresentaram uma Carta de Princípios da Rede. A primeira reunião do grupo de trabalho foi marcada para a próxima semana, com representantes das duas entidades e de órgão públicos.

Nos dois primeiros meses deste ano, foram registrados cinco casos de agressão a jornalista na Bahia. Em todo o ano de 2022 foram 14 ocorrências no estado. O presidente do Sinjorba, Moacy Neves, frisou que há subnotificação nos dados.

“Esses são casos que comprovamos, mas para cada caso registrado há de um a dois que deixaram de ser denunciados, porque a categoria tem medo de denunciar, por perseguição e até mesmo por conta da repercussão que pode ter sobre a carreira profissional”, explicou.

O encontro aconteceu na sede da ABI, na Praça da Sé, no Centro Histórico. Atualmente, são cerca de 5 mil jornalistas baianos, 3 mil deles em atuação, além de profissionais registrados em outros estados e que atuam nos municípios baianos.

O presidente da ABI, Ernesto Marques, destacou a importância da rede de proteção para o exercício da democracia e da cidadania.

“O principal objetivo dessa rede que se articula, além de fazer a denúncia, é garantir pela exposição pública, não somente do fato, mas sobretudo do processo que deve ser desencadeado após cada agressão, que isso não termine a impunidade, porque impunidade a gente vê isso em várias áreas aqui que nos nos atormentam”, disse.

Ele explicou que o comportamento violento contra a categoria cresceu nos últimos anos. “Nos últimos quatro anos a imprensa vem sendo muito atacada como instituição, isso gerou uma mudança, inclusive, na apreciação que a sociedade faz a nosso respeito. Isso tem a ver com a a difusão de notícias falsas, isso tem a ver com uma atitude deliberada de desacreditar o o trabalho jornalístico e a imprensa como instituição”, contextualizou.

Participaram do encontro, representantes da Ordem dos Advogados do Brasil sessão Bahia (OAB-BA), Polícia Civil, Polícia Militar, Guarda Civil Municipal de Salvador, Secretaria Estadual de Comunicação (Secom), Secretaria de Segurança Pública (SSP) e da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos.