Artigo: DA SÉRIE: ENSAIOS QUE NOS LEVAM A PENSAR –  “ANTITRATADO DA CONSCIÊNCIA”

Subsérie: Analisando sob as sombras das dúvidas, o que penso
que sou! Esta singela análise, claro, não me levará à essência do
que sou como consciência, mas, me distanciará bastante daquele
que não busca saber o que seja sua essência.
“Posso não concordar com nenhuma das palavras que dizeis, mas defenderei até a
morte vosso direito de dizê-las”. Frase de Evelyn Beatrice Hall (1868 – 1939), atribuída a
Voltaire.

 “ENSAIO” !

PEQUENO ANTITRATADO DA CONSCIÊNCIA

Coisa que eu não sei o que é, nem nunca saberei. Dai, o antitratado.

 

 

UMA OPORTUNIDADE ÍMPAR, PARA OS LEITORES DO BLOG AGENTE DIZ, VIVENCIAREM UM POUCO DE FILOSOFIA, OU SERIA UM DEVANEIO FILOSÓFICO! ISSO! EXATAMENTE ISSO, UM DEVANEIO FILOSÓFICO.

 

PROLEGÔMENOS

Iniciemos este ensaio sobre nosso “eu” transcendental, que também chamamos de nossa essência ou consciência, com esse curto prolegômenos. Não sendo necessário relembrar que, tudo que se escreve e se publica, torna-se dirigido indistintamente à todas as pessoas que deles tomarem conhecimento, que os acessarem e os lerem! No entanto, especificamente esse, é dirigido aos meus leitores e amigos leigos, e não aos meus amigos e leitores com formação acadêmica, senão, não teria transcrito os textos sobre os psicólogos e sobre os filósofos, nem o texto de Fédon, nem tampouco seu link. Ao que podemos perceber e ver, as academias de ciência no mundo todo ensina aos seus alunos, coisas Como: O que há além do Campo Profundo? De que são feitos os Quarks? O que ouve antes do Big-Bang? O que faz as Galáxias girarem como corpos sólidos! Como foi criada a Vida em nosso planeta? O que fez, ou como as Eucariontes resolveram se associar! Se transformando em organismos complexos? O que é a Consciência? Que função tem, ou o que são os Buracos Negros no universo! O Que levou a Radiação de Fundo em micro-ondas já se encontrar a 46 Ga de distância? Então, o Big-Bang não ocorreu somente há 13,81 Bilhões de anos luz? Ao que pude deduzir, o academicismo, molda, enquadra, padroniza, paralisa o espírito criativo, comprime e encartucha a mente de quem mais necessita de liberdade mental para raciocinar corretamente! O estudante não tem escolha, sob pena de não concluir seu curso, ou conseguir alcançar uma graduação do curso escolhido! Então! O jovem acadêmico não tem escolha, é obrigado a obedecer! Se vê preso a um modelo que castra o raciocínio pelas normas acadêmicas ultrapassadas, a mente que obedece normas, pensa dentro dos limites dessas normas, que não liberam a criatividade dos jovens estudantes, principalmente a sua liberdade de criar raciocínios dedutivos elaborados, nada que eles façam pode ultrapassar os limites estipulados subliminarmente pelos mestres, isto, para não eclipsar a vaidade dos mestres, levando os alunos a não poderem criar e expressar livremente seus raciocínios! Os que se dizem seus “professores”, através das normas, tornadas leis nas instituições de ensino, os obrigam a obedecer aos padrões ditados pela mesma normatização acadêmica, este proceder contradiz todo o bom senso, e então, o aluno torna-se um “Ser” completamente incapaz de criar. Como pude perceber! Essa adquirida incapacidade de criar, o segue silenciosamente pelo resto da vida. Inutilizando-o como cidadão pensante e criativo. Porque o número de discípulos que sobressaem é tão pequeno? Isto acontece exatamente pela castração intelectual instituída! Isto não é particularidade do ensino brasileiro, essa praga campeia solta e desembestada por todos os países do mundo subdesenvolvido! Com um forte enfoque em nossa Pátria. Esta, é a única explicação para as instituições de ensino brasileiras nunca terem conseguido produzir ou moldar um aluno em qualquer área do conhecimento acadêmico, que conseguisse ganhar um Prêmio Nobel. Tudo fruto desse tipo de “pseudoliberdade” de raciocínio que se torna castradora, devido às normas, e nada mais. O que de forma unívoca empobrece a cultura geral da população! Não há outra maneira para enfocar o assunto. Desde quando, as instituições de ensino são as únicas responsáveis dentro das nações pelo desenvolvimento da cultura do seu povo, refletindo em seu “bem-estar social”, a que chamam de IDH. Esse modo de como o corpo discente das instituições de ensino brasileiras procuram desenvolver o conhecimento, é terrível, pois, em contra partida, também limita o poder e a liberdade de raciocinar do jovem “sapiens” que está submetido ao poder de “alguns”, (não digo de todos), os, que não sei como, passaram num concurso e se dizem professores, quando muitos deles raciocinam com menos potência, profundidade e qualidade que muitos de seus jovens discípulos! Essa reclamação é velha, ela é tão velha quanto o iluminismo, coisa do início do século XVIII. Quando a velharia tomou conta do ensino universitário na velha Europa, pela data da criação de nossas primeiras instituições de ensino, este modelo se mudou para o Brasil bastante tempo depois, só no meio do século XX tivemos a criação de uma instituição de ensino de porte.  Sendo impossível escapar da castração produzida pelos velhos métodos criados pelas gerações de mestres antigos, as gerações se sucedem também castradas pelas gerações de mestres que as precederam. Dentro do tempo, as gerações se sucedem, e não vejo como cessar este círculo vicioso. Estou fazendo essa ressalva devido ao fato de que, minha caixa de guardar besteiras acadêmicas anda ultimamente “entupigaitada” até a tampa, depois que dirigi minhas pesquisas, “por pura necessidade”, para um específico setor do conhecimento acadêmico humano, isto, nas nossas instituições de ensino. Vejam, que procurei e não encontrei, um conhecimento acadêmico animal, este danado deve ter se escondido numa das minhas inúmeras caixas de guardar sandices. Minhas pesquisas são dirigidas à maioria das instituições de ensino brasileiras, e a algumas no exterior, A diferença de qualidade entre estes trabalhos é de estarrecer, ver tantas asneiras nos trabalhos de nossas instituições de ensino! Encontrei um trabalho em que o autor diz que os habitantes de Pindorama são originários dessas bandas de cá! Se encontrar outro trabalho dizendo que o vale Turkana com lago e tudo, se encontra no interior de Pindorama, juro, que não vou me assustar. O que se nota nesses trabalhos é uma repetição de jargões sem fim, criatividade zero!  O que se vê, é que alguns professores, tentando se perpetuar como luminares de cada área do conhecimento, publicam suas teses de mestrado e doutorado e seus trabalhos científicos que servem como modelo para os jovens alunos, perpetuando a estultícia, como disse, os alunos ao repetir os conceitos e procedimentos ali encontrados, tornam esse proceder descabido, num “círculo vicioso”. Meu tipo de pesquisa atinge trabalhos de vários períodos, e o modelo encontrado é sempre o mesmo, e não é uma questão semântica, o problema é de uso do raciocínio mesmo. Se vocês lerem o que disse Richard Feynman sobre o ensino de física no Brasil, na década de 1950, no Capítulo “O americano outra vez!” em seu livro “Surely You’re Joking, Mr. Feynman!”,1985 com título em português de, “O senhor está brincando Sr. Feynman!”, – vocês vão “cair duros”.  E ainda perguntam! Porque nunca tivemos um Prêmio Nobel? Adianto que: O título de “prolegômenos” dado a nesse capítulo, foi só pra chatear a turma dos raciocínios profundos.

 

INTRODUÇÃO

Por pura pirraça do destino, este ensaio será dedicado exatamente a uma pessoa com formação acadêmica, só que este, é de um tipo especial de acadêmico, especialíssimo. Nalguns casos, meus insossos ensaios são feitos, ad hoc, “já de encomenda”, em homenagem ou dedicados a um amigo. Este também o será! Conheço a pessoa a quem dedico este ensaio desde sua infância, ele é filho de um grande amigo, o inteligente e saudoso engenheiro civil Eliu Andrade Matos, elaborei para o mesmo, muitos programas para atender aos seus projetos de hidráulica, foram muita adutoras, de agua bruta e tratada, muitos projetos de irrigação, várias barragens, o nome Hazen-Williams (Alen Hazen e Gardner Stewart Williams) não me sai da mente. Seu filho, a quem dedico estes rabiscos, é um mestre em raciocínios complexos, em minha longa vida profissional nunca encontrei um profissional tão competente na área a que ele se dedicou! “A Geografia”. Refiro-me, ao meu amigo Felipe Oliveira Matos, à quem eu humildemente dedico este ensaio.  Ele possui domínio absoluto na área do conhecimento que abraçou, a ciência da geografia!  Sendo extremamente inteligente, íntegro, como sói ser os Matos, um cidadão de escol, um dos maiores QI, que conheci até hoje. Um mestre em raciocínios abstratos.

 

A CONSCIENCIA E O BOM SENSO

.1* Estou sempre coberto por um manto de infinitas sombras de dúvidas, que cobrem meu existir!  Mas, todos os “sapiens” possuem o direito universal de procurarem a claridade e se analisarem como bem entenderem, quiserem e serem o que conscientemente acharem que são. Sabemos que possuímos uma consciência, mas, nenhuma área do conhecimento humano, nos elucida verdadeiramente o que seria esta entidade que chamamos de consciência. Este fato faz parte das buscas dos humanos desde os primórdios de sua existência, quando o descendente do “homo erectus”, o Cro-Magnon nosso mais antigo ancestral pensante, há trezentos mil anos adquiriu o dom de pensar, portanto, já humano. Nossa consciência é infinita, pois pode abarcar o universo que conhecemos, e ir infinitamente além do universo tido como finito! Ela será infinita enquanto estivermos vivos, se expandindo por sua própria ação. Tornando-se finita quando já estivermos mortos, existindo uma condicionante nessa última proposição! Ela só se torna finita sob a visão dos vivos, pois, desconhecemos completamente a visão e a “doxa” dos mortos sobre o tema. Isto, é o que nosso senso comum nos diz! Senso comum este, que é o senso de muitos. E assim, eles, os muitos, que utilizam o “senso”, tentam elucidar tudo com a coisa que chamam de bom senso! Então! Se existe esta ferramenta de trabalho chamada de bom senso! Existe seu oposto, o mau senso. Que também é chamado de heterodoxia! Sendo a “doxa” a opinião, que pode ser entendida como o primeiro conhecimento que se forma ante alguma “coisa” que se chama “doxa”. A “doxa” não se refere ao conhecimento primevo, nem absoluto, por ser impossível conhecê-lo ou acessá-lo, refere-se antes a opinião que se tem de um novo conhecimento, ainda não analisado. Mas, não podemos nos esquecer que o mundo é feito de dúvidas, no entanto, quando analisamos as proposições de Sócrates feitas à Cebes e a Simias, transcritas por Platão no Fédon! Elas, as proposições de Sócrates, diante das dúvidas se dissipam como as neblinas da madrugada se dissipam diante do alvorecer de um dia ensolarado. Este feito, Sócrates o fez, utilizando a mais poderosa arma entregue aos homens! A consciência e seu poder de análise dedutiva.

 

Por Edimilson Santos Silva Movér

 

NESTE MARCADOR DE LEITURA 2* LOGO A SEGUIR, OBSERVA-SE A PRESENÇA DA DÚVIDA, GERANDO A PREDOMINÂNCIA DA INCERTEZA EM NOSSA EXISTÊNCIA.

2* Para contrariar o título acima, eu, bem que poderia invertê-lo, mas, “não o quis fazê-lo”, escrevendo este marcador de leitura 2* de forma inversa, para que desaparecesse a dúvida e prevalecesse a certeza. Deduzo logicamente, que nesse modelo de texto invertido desapareceria a verdade das coisas e prevaleceria a ilógica da estultícia.  A proposição da existência dicotômica da consciência com relação a sua pleiteada e possível “infinitude-finitude”, deriva do fato de que nossa consciência “talvez” possa ser uma “provável” energia que na “maioria dos casos”, só se faz presente e seria vivenciada pelos humanos, através de seus corpos materiais, onde está instalado seu “eu” ou o que os psicólogos chamam de “personalidade”, foi comprovada pela própria psicologia, que ela é formada durante a existência material do pensante. É interessante observar que o “sapiens”, no geral, acredita que entre os animais somente sua espécie é capaz de pensar! Se isso fosse verdade os animais não reconheceriam seus donos nas pradarias, ou mesmo, no meio de um grande número de animais e de homens! Eu disse acima, “na maioria dos casos”, porque, existem casos relatados e comprovados de pessoas sem essa coisa adquirida por aprendizagem, que chamamos de conhecimento, episteme ou “saber”. Onde alguns desses seres comuns, portanto, “não especiais”, quando em alguns ambientes religiosos apropriados, falam várias línguas, sem as ter aprendido! Utilizando não da sua própria personalidade, mas da personalidade de outras pessoas montadas noutras vidas, e que são, portanto, personalidades de pessoas pretensamente, estranhas e já mortas, ou até mesmo, às vezes utilizando de personalidades de pessoas das mais distintas origens e nacionalidades, portanto pessoas que viveram em épocas remotas, e países longínquos, lógico, também já desaparecidas e mortas. Estas se fazem reconhecer através da voz, da verve na oratória, do conhecimento e nas sutilezas dos raciocínios, já do conhecimento geral, através de livros escritos em épocas distantes. Tudo isso acontece em momentos especiais religiosos; quando perdem completamente aquela sua personalidade a que chamam de “eu”, e passam a se comportar como pessoas com personalidade, capacidades e conhecimentos distintos dos adquiridos ao longo de suas existências. Quando já fora desse, ou quando se encerra e saem desse ambiente místico e religioso, onde estavam, voltam a readquirir sua própria personalidade. Essa, que hoje chamamos de “personalidade” é o pensamento oriundo da consciência a que se referia Sócrates diante da cicuta e na presença de seu corpo material, com sua consciência e personalidade” que para a psicologia moderna são coisas distintas. Diferentemente de Sócrates, as pessoas pouco dadas as abstrações filosóficas, confundem sua personalidade com sua consciência. Creem que tudo se resume à sua visão de mundo! Como se a matéria de que é constituído seu corpo fosse capaz de produzir algumas das idiossincrasias demasiadamente abstratas, produzidas pela consciência, tão natural nos “sapiens”, mas, quase sempre incompreensíveis para os mesmos “sapiens”, como, os sonhos, as emoções, que mesmo com o auxílio dos neurotransmissores, continuam inexplicáveis, ou como as premonições, a telepatia, a separação da memória, em implícita e explícita, o insondável mistério da visão nalguns seres vivos! Quando na realidade o que observamos é que, sem a existência da consciência não teríamos como tomar conhecimento da nossa própria existência, nem mesmo através dos sentidos, não conseguiríamos perceber e analisar nem mesmo o nosso corpo material. Isto, é observado nos animais, que mesmo de posse dos sentidos, a maioria muito mais desenvolvidos que os sentidos dos “sapiens”, não se reconhecem! Os primeiros filósofos desde a Hélade, perceberam a importância de nossa consciência. Agora, já me referindo, aos estudiosos da mente humana, ou consciência, jà em nossa contemporaneidade! Os mestres Breuer, Freud, Jung, Adler, Cloninger, Groff, e outros pensadores maiores e fundadores da psicologia, que com seus trabalhos nos tiraram da escuridão em que vivíamos. Antes deles, sem ter a mínima ideia do que éramos e do que somos como seres pensantes! Observamos na literatura sobre psicologia, onde! Três psicólogos de nomes:  Gardner Lindzey, Calvin S. Hall e John B. Campbell de forma didática, na sua monumental obra sobre psicologia “Teorias da Personalidade”-4ª Edição, 2000,  em suas 592 páginas nos apresenta várias teorias sobre como é formada nossa personalidade, entretanto, não definem qual dessas inúmeras teorias é a verdadeira, ou o que seria esta personalidade e o que seria nossa consciência. O certo é, que mesmo depois de uma análise profunda dos conceitos ali contidos, minha razão me diz que continuo na dúvida sobre as questões ali tratadas. Como é que uma só coisa, não importa qual! Possui um grande número de teorias sobre a aquisição de alguma “coisa” pelos humanos? Sem estabelecer pelo menos qual delas, “poderia” ser a mais provável, possuidora da verdade sobre o assunto ali tratado. No entanto, com isso, ali, fica demonstrado de forma efetiva e cabal, a lisura e a honestidade profissional dos autores da obra. A LIVRE COMPREENSÃO DE CADA LEITOR SE FUNDAMENTA NA SUA LIVRE ESCOLHA

3* Para melhor compreendermos o que seja nossa consciência, vejamos a essência de como pensavam os criadores da psicologia moderna, naturalmente cada leitor fará sua própria análise dos princípios criados e cridos por estes pioneiros da psicologia humana, no século XIX.  Somente por último, veremos como pensava sobre o mesmo assunto o criador da moderna psicologia transpessoal o Dr. Stanislav Groff já no Século XX, década de setenta.  Levando o modelo da psicologia transpessoal do mesmo Stanislav Groff ao conhecimento geral, atendo assim, a um direito natural do leitor, que é o seu direito fundamental de tudo saber, independentemente do que seus semelhantes comuns, pensam, ou o que eu penso sobre o assunto! Ou o que os cientistas dizem, ou pensam! Isto é irrelevante. Vamos ao próximo marcador de leitura.

 

 4* Existe muitas proposições feitas pelos cientistas da mente sobre a psiquê humana e pelos filósofos,  que por mais que discordemos delas, este discordar não tem importância alguma, nem nos afeta, pois, não conseguir entender e não estar de acordo com os princípios adotados por quaisquer desses ilustres pensadores, sobre nossa consciência e nossa personalidade não é essencial, a única coisa essencial seria como cada um pensa sobre o que seja a própria consciência! A consciência é uma entidade que existe em cada pessoa, ela é a própria pessoa! Ela não pode ser considerada ou estudada como uma generalidade, sendo ela uma individualidade! Assim, no planeta existem mais de 7.6 bilhões de consciências! Que valor ou utilidade teria para você o que pensa outras pessoas sobre alguma coisa referente a “existência de sua consciência! Seguramente o número de pessoas que desconhecem o que as pessoas com culturas específicas pensam ou dizem sobre as consciências, ultrapassa mais da metade da população do planeta, mesmo assim, estas pessoas não vivem pior ou melhor que as outras que tudo sabem sobre o assunto consciência! Não estou afirmando que a filosofia e a psicologia sejam dispensáveis, quem delas necessitar que as utilizem! Estou dizendo que somos nossa própria consciência! O que se falar a respeito dela, não nos afeta de forma alguma, salvo se uma ação interferir diretamente com nossa consciência. Primero: Porque, ninguém sabe o que seja a consciência. Segundo: Senão não haveria tanta discordância entre esses estudiosos. A única coisa a nos interessar é como pensamos sobre nós mesmos. E isso, só a própria pessoa pode fazê-lo! Sobre os filósofos e psicólogos, o que devemos fazer é tentar entendê-los como pessoas, que estudam a personalidade e a consciência através desses pequenos textos sobre suas ações. Propositadamente não transcrevi suas biografias, as biografias nunca nos transmitem o pensamento do biografado, nem mesmo as autobiografias. As biografias nos mostram as pessoas como elas gostariam que fossem vistas, e não o que elas foram ou pensavam em vida! Por isso, preferi transcrever estes textos adiante, que nos mostram suas “marcas” nos seus raciocínios, mas, não suas biografias, pois não existe um bicho mais puxa-saco que biógrafo. As referências utilizadas são independentes e são “doxas”, escritas por outras pessoas, e assim, são castas na medida do possível, e sem nenhuma intencionalidade. Dentre todos os textos, o que reflete e descreve o pensamento de Adler é o meu preferido! Por outro lado, veremos nos relatos, como eles viam a si próprios, pois, é como viam os resultados de suas próprias pesquisas e criações científicas sobre o “sapiens”.

 

A CIÊNCIA DA MENTE

Comecemos pelo pioneiro:

 

JOSEF BREUER

5* Tudo se iniciou com o caso de Bertha:

Os problemas de Bertha Pappenheim, de 21 anos, – na ficha médica (de Josef Breuer), 1842-1925. “Anna O”, eram depressão e nervosismo, com um quadro de hipocondria com os mais diversos sintomas (uma condição na época denominado “histeria”). Em certas ocasiões se acreditava paralítica, em outras acreditava estar impossibilitada de deglutir e por algum tempo não conseguia comer ou beber água, mesmo estando com fome e sede. Em outras ocasiões; tinha distúrbios visuais, paralisia das extremidades e contraturas musculares, perda de sensibilidade na pele, tosse nervosa, de modo que sua personalidade ora era a de uma deficiente, ora a de uma pessoa normal. Por vezes sentia-se incapaz de falar seu próprio idioma, o alemão, e recorria ao Francês ou Inglês para se comunicar. Breuer submeteu-a a hipnose e ela relatou casos de sua infância, e essa recordação fazia que se sentisse bem após o transe hipnótico. Após estimular a paciente a conversar sem rodeios, aos poucos ficou claro para Breuer que a hipnose poderia ser dispensada, se o médico conduzisse a conversa habilmente, no sentido de provocar as recordações mais difíceis de serem trazidas à consciência. Aos poucos entendeu que os sintomas eram conexões simbólicas com recordações dolorosas, relacionadas à morte de seu pai – as quais ela revelou durante a terapia. O interesse de Breuer por Bertha despertou a atenção de sua esposa e a crise matrimonial que isto deflagrou levou Breuer a interromper o relacionamento. Bertha então forçou um encontro íntimo por meio de um artifício: enviou um chamado ao terapeuta dizendo-se grávida e em estado de parto. Breuer atendeu ao falso apelo, mas com a decisão de se afastar dela definitivamente. No dia seguinte embarcou com sua mulher para uma viagem destinada a recondicionar o clima de afeição em sua vida conjugal. Dessa experiência Breuer concluiu que os sintomas neuróticos resultam de processos inconscientes e desaparecem quando esses processos se tornam conscientes. Chamou a esse processo Catarse. Porém Breuer não quis continuar a prática terapêutica que havia descoberto nem publicou de imediato os resultados do tratamento de Bertha, porém ensinou seu método a Sigmund Freud. Quando Freud começou a usar o método de Breuer, ambos discutiam os casos dos pacientes de Freud, as técnicas e os resultados do tratamento. Em 1893 ambos publicaram em conjunto um artigo sobre o método desenvolvido, e dois anos depois fizeram o livro que marcou o início da teoria psicanalítica, “Studien über Hysterie”.  (“Estudos sobre a histeria”). Esse livro é geralmente considerado o marco inicial da psicanálise, mas valeu a Breuer muitas críticas que o magoaram, feitas pelos colegas no meio médico vienense.

 

SIGMUND FREUD

6* Sigmund Freud, 1856-1939, foi o fundador da psicanálise e da abordagem psicodinâmica da psicologia. Essa escola de pensamento enfatizava a influência da mente inconsciente no comportamento. Freud acreditava que a mente humana era composta de três elementos: o id, o ego e o superego. As teorias de Freud sobre os estágios psicossexuais, o inconsciente e o simbolismo dos sonhos continuam sendo um tema popular entre os psicólogos e os leigos. Apesar disso, seu trabalho é visto hoje com ceticismo por muitos. Muitas das observações e teorias de Freud foram baseadas em casos clínicos e estudos de casos, o que dificultou sua generalização para uma população maior. Independentemente disso, as teorias de Freud mudaram a forma como pensamos sobre a mente e o comportamento humano e deixaram uma marca duradoura na psicologia e na cultura.

 

CARL GUSTAV JUNG

7* Segundo Carl Gustav Jung, 1875-1961, fundador da Psicologia Analítica, a Consciência é a única parte da mente humana diretamente conhecida pelo indivíduo. A Consciência se manifesta desde muito cedo. Carl Gustav Jung afirma que a Mente Consciente se desenvolve, provavelmente, antes mesmo do nascimento da criança. Ao observar uma criança, podemos notar que a percepção do consciente opera enquanto a criança reconhece e identifica os pais e os brinquedos, por exemplo. A Percepção da Consciência cresce no indivíduo, através das quatro Funções Mentais, analisadas e desenvolvidas por Carl Gustav Jung. Essas funções são: Pensamento; Sentimento; Sensação e Intuição. É importante ressaltar que todos nós somos uma totalidade e todos nós temos estas quatro funções, no entanto, sempre uma delas é predominante. A orientação do Consciente não se desenvolve apenas pelas funções, mas também pelas atitudes psicológicas, que são: Introversão; Extroversão. Para Carl Gustav Jung, o processo pelo qual a Consciência de um indivíduo se individualiza ou se diferencia das outras é o Processo de Individuação. A individuação consiste no processo em que uma pessoa se torna um indivíduo, uma unidade ou um Todo separado e indivisível. O principal foco da Individuação é o conhecimento de si mesmo. A Consciência e a Individuação caminham juntas, passo a passo no desenvolvimento de uma personalidade, pois o início da formação da Mente Consciente marca também o início do processo de Individuação.

 

ALFRED ADLER

8* Alfred Adler, 1870-1937 em contraste com a psicanálise de Freud, a psicologia individual fez a ênfase na importância da vontade consciente e da capacidade de cada indivíduo para se encarregar de seu próprio destino. Alfred Adler compreende o comportamento em termos de contexto (ambiente físico e social), onde o indivíduo está integrado ao social e vê o indivíduo como uma entidade unificada e coerente. De acordo com a teoria Adleriana, o que determina o nosso comportamento não é o mundo real, mas a nossa concepção do mundo. Os seres humanos moldam as suas próprias personalidades e não se limitam a ser impotentes e governados por forças externas. A busca pela perfeição como fator motivacional humano é um dos pontos enfatizados por Adler.

 

O próximo texto faz referência a um psicólogo nosso contemporâneo e ainda pouco conhecido, Robert Cloninger.

 

ROBERT CLONINGER E O ENFOQUE DA IRRACIONALIDADE NO CONSUMO DOS RECURSOS

9* Claude Robert Cloninger, (1944-  ), doutor em Medicina, psiquiatra e geneticista, conhecido por sua pesquisa pioneira sobre as bases biológicas, psicológicas, sociais e espirituais da saúde e da doença mental. Professor de Psiquiatria e Genética e diretor do centro do Bem-estar da Universidade Washington em Saint Louis. Membro dos programas de genética estatística e de neurociência da Divisão de Biologia e Ciências Biomédicas da Universidade Washington. Autor de Feeling Good: The Science of Well-Being (Sentido-se bem, a ciência do bem-estar) (Oxford University Press). Diretor da Fundação Anthropedia. Autor de mais de 250 artigos indexados no PUBMED. Este psicólogo separa a consciência da personalidade. Ele, não sei por que teve uma sucinta biografia aqui,

 

O texto a seguir é o resumo do artigo: A importância da consciência ternária.

 

10* [… Os seres humanos evoluíram em etapas, de modo que nossa consciência desenvolveu três componentes centrais – aprendizagem processual de hábitos e habilidades, aprendizagem semântica de fatos e proposições e autoconsciência de uma identidade que se desenvolve ao longo do tempo e do espaço. Consequentemente, a consciência humana implica o crescimento de nossa subjetividade, integrando esses três aspectos da aprendizagem e da memória. A psiquiatria contemporânea é substancialmente comprometida por um viés antiespiritual que está implícito nas abordagens operacionais de diagnóstico, pesquisa e tratamento. …].

 

11* […O funcionamento saudável requer o desenvolvimento da autotranscendência, além do autodirecionamento e da cooperatividade. Sem a autotranscendência as pessoas estão consumindo mais recursos do que a terra pode repor. A busca do bem-estar individual, na ausência do bem-estar coletivo, é uma ilusão autodestrutiva. Consequentemente, a psiquiatria contemporânea precisa centrar sua atenção na compreensão da consciência humana por meio de uma via ternária equilibrada, em vez de tentar reduzir as pessoas a objetos materiais separados…].

 

Finalmente vamos ao caso de Stanislav Groff:

 

STANISLAV GROFF (1931-     )

12* Psicologia Transpessoal e Stanislav Grof, publicado em 16 de fevereiro de 2009 por antoniovaszken.

A Psicologia Transpessoal visa integrar os conceitos da ciência ocidental com os conceitos das ciências orientais. Considera a espiritualidade um aspecto fundamental do humano, sem a qual pode-se viver de uma maneira bastante doente, tanto individual quanto coletivamente. De uma maneira geral, o que a Transpessoal tem a trazer de novo é uma noção de que o ser humano é multideterminado. Não somos apenas aquilo que a nossa história pessoal nos moldou, nem somos apenas o que o ambiente nos condicionou. Também não somos apenas seres que tem instintos, valores, crenças, razão e emoção, e que vivem numa luta constante em busca de equilíbrio. Somos tudo isso, sem dúvida! Somos também seres que estão ligados a uma inteligência ou consciência muito maior e mais complexa do que a humana. O que também nos determina ou influencia é uma ligação com essa consciência. Tal conexão não é condicionada por nossa criação ou educação. A ausência de sentimento de tal conexão pode levar uma pessoa a se tornar viciada em substâncias tóxicas, em comportamentos obsessivos, a ser extremamente ansiosa, entre outras coisas. Fazemos parte de um contexto maior do que o humano. Somos parte de um ecossistema de seres que também são dotados de consciência, como os animais, plantas, processos físicos e químicos dos quais muitas vezes não temos o conhecimento de como ou por quê acontecem. Essa visão ampliada está cada vez mais se mostrando verdadeira e cientificamente comprovada, ao mesmo tempo que modifica ligeiramente aquilo que se entende por rigor científico. Aquilo que antes era considerado impossível de ser replicado, atualmente é mais aceito de ser incluído na lista do que se compreende como Ciência. Por exemplo, experiências místicas ou religiosas com potencial curativo, e integrador. Estudos sobre paranormalidade, levando em conta aspectos qualitativos, que ultrapassam e ampliam a zona de normalidade previamente estabelecida. Espiritualidade não é o mesmo que religião, não segue doutrinas e não necessita de templos. Seus parâmetros de saúde e bem-estar são ampliados, no sentido de ver o ser humano um ser capaz de se auto realizar e ter acesso a experiências transcendentes, profundas e transformadoras.

 

Agora, depois que os leitores tomaram conhecimento da visão de Stanislav Groff sobre a psiquê humana, e da leitura que este psicólogo faz da essência do homem, focada em sua consciência, ficará mais fácil, o leitor pouco afeito aos imbróglios da existência, entender os questionamentos que faço sobre minha existência! Espero que sim!

 

Agora um neurocientista para completar e finalizar a lista:

 

ANTÓNIO ROSA DAMÁSIO

13* António Rosa Damásio, (1944- ), médico e neurocientista português. Ele é professor na University of Southern California. Publicou o livro “o Erro de Descartes”, causando mudanças nas ideias das pessoas, ao entenderem a conexão existente entre a razão e a emoção. Numa entrevista ele diz textualmente: A consciência é uma grande peça sinfônica. Podemos dizer que ela é o principal ingrediente da mente, que, ao contrário, seria apenas cérebro, capaz de poucas operações básicas. A mente consciente, ao invés, tem diversos níveis de “si”: o “eu primordial”, o “eu nuclear”, o “eu autobiográfico”. Nós compartilhamos com diversos animais um tipo de consciência muito simples, que pode ser distinguida com o termo senciente. Em inglês, equivale à consciência, mas, para sermos mais precisos, é a condição de ser senciente. De fato, é um termo mais antigo do que consciência, deriva do latim “sentire”. Este é substancialmente um “eu primordial”, que permite ter sensações como sentir dor e prazer, mas não refletir sobre essas sensações.

 

 

A LUZ DA PSICOLOGIA 14* Nossos estudiosos da psiquê humana já disseram tudo sobre a personalidade e a consciência. Dentro da neurociência fico com António Damásio  da “University of Southern California”,  e na área da psicologia fico com o Stanislav Groff, aquele da psicologia transpessoal. Mesmo porquê, não é necessário ser nenhum psicólogo, para perceber a dicotomia existente nessa área A diferença existente entre consciência e personalidade é uma realidade tangível. A ausência da personalidade e a presença da consciência é facilmente observada nos loucos! observe um esquizofrênico profundo, ele perde completamente sua personalidade, restando no seu “eu” o comportamento dos instintos inatos, moradores naturais e representantes de sua consciência, como o ódio, a alegria, o ensimesmamento, o instinto de defesa, principalmente, o instinto de posse e territorialidade, instintos primitivos adquiridos quando ainda hominídeo, como “homo erectus”, quando engendrou o machado acheulense! Portanto, há mais de dois milhões de anos! 

 

15* Sabemos que o homem é especial, e que em relação aos outros animais ele é especialíssimo, mas, diante do universo ele torna-se uma minúscula infinitude. Como “Ser” que evolui, está somente no início, pois, não alcançou ainda o ápice de sua evolução, nem material nem espiritual! Tudo que nós julgamos e classificamos como certezas, num julgamento mais lógico e racional, veremos que na realidade são na sua essência, somente dúvidas e nada mais. Tomemos como exemplo o caso do que nominamos de “morte”, que desde tempos imemoriais, nós, os pensantes dizemos que é nossa única e maior certeza! Ora! Se cada um de “per se” enquanto crer nisso ainda estiver vivo, claro, que é uma verdade! Mas, como podemos ter certeza de que depois da sua, e da minha morte, nós não continuaríamos vivos e existentes na forma de energia e consciência? Portanto, esta tão apregoada certeza, não passa de uma dúvida. Naturalmente, que me refiro à morte do corpo físico, que provoca um “off” na nossa consciência enquanto, seres materiais e vivos! Quanto a nossa relação com o mundo físico, nada sabemos se depois de mortos se persistiria ou existiria uma relação com um mundo físico e existencial, enquanto mortos. Eu não entendo a essência do meu “Eu”, como produzida pelo meu corpo físico”, considero meu “Eu” como minha consciência, senão, depois de morto, já no caixão eu poderia escrever um poema de despedida! Coisa que não poderei fazê-lo, porque minha consciência já está separada do meu corpo físico já morto, mesmo assim, isto não prova que minha consciência esteja morta! (1). Portanto, o fato da tão apregoada certeza da morte, seria mais uma dúvida que uma certeza! Lógico, pelo menos perante o de cujus quando já morto! O certo é, que não podemos ter uma certeza fundamentada numa dúvida! Ora! Mesmo depois de meu corpo físico estar morto, minha consciência pode estar viva e funcionando! E, portanto, posso estar vivo como consciência! Então, mesmo depois de morto, eu posso continuar como consciência, estar vivo, e como energia ser eterno, adquirindo um novo entendimento da passagem que entendemos enquanto “vivos”, como sendo a “vida”. E se enquanto mortos, nada soubermos sobre as práxis da “vida”? Vixe! A danada da dúvida teima em não me abandonar.

 

16* Sendo os seres sencientes, e não somente o homem! O universo tomando conhecimento de si próprio! Portanto, como o universo é feito de dúvidas! As consciências dos sencientes, também, como o universo, são feitas de dúvidas. A física quântica só fez reforçar a minha visão nessa proposição filosófica. A física relativista também, veja o caso da gravitação dentro das galáxias! Que antes da criação do duplo escuro era uma dúvida para a ciência. Só é possível existir os braços nas galáxias espirais, se no decorrer da existência de uma galáxia espiral como a nossa, o seu diâmetro estiver por atração de forças gravitacionais centrípetas agindo no sentido radial! Agindo em oposição às naturais forças centrífugas radiais de um objeto em rotação.  Isto, posto e estabelecido, tomamos consciência de que nossas consciências também, sem dúvida, são feitas da mesma cepa de que é feito o universo! Portanto, também são feitas de dúvidas. Fica mais fácil entender as proposições e fundamentos desse ensaio! Se se considerarmos o nosso “Eu” ou nossa personalidade e que alguns chamam de nossa consciência” como entidades díspares e separadas. Isto, torna-se necessário por que num momento, somos o agente da ação, noutro momento somos a consequência dessa ação! Aqui, tento transformar algumas dúvidas em insuspeições temporárias, ou em coisas aparentemente não duvidosas, mas, que continuarão para nós pela eternidade a fora, enquanto estivermos vivos, sendo insuspeitas dúvidas, embora com ares de certezas suspeitas, que de forma algumas são certezas absolutas. Embora pareçam certezas, nada mais são que dúvidas! Para facilitar a compreensão do que aqui será proposto e tentado explicitar, vou separar os diversos raciocínios que envolvem o assunto numa lista que chamaremos de arrazoados:

 

OS ARRAZOADOS

17* Sobre algumas dúvidas que nalguns momentos concebemos conscientemente como certezas. Um estudo de suas dicotomias.

 

Arrazoado (1) da objetividade e da subjetividade.

Existem dois universos, um objetivo e outro subjetivo, o universo conhecido, pelo menos por nossos instrumentos, e o universo desconhecido, universo que ultrapasse os 13.81 Ga.

  1. (2) da dinâmica e da estática.

Nada no universo é estático! Embora não possamos ter certeza! No universo os únicos locais onde existe uma provável estaticidade seria no centro dos buracos negros e no centro de uma singularidade, embora, continue sendo uma dúvida.  

  1. (3) A certeza e a dúvida sobre a energia de nossa consciência.

Temos certeza de que nossa consciência é feita de energia, mesmo com a dúvida que nos acompanha sempre, energia essa, supostamente representada por 100 % do que é feito o universo. De matéria ou de barro é que ela não é feita. Como a energia de que é feita nossa consciência, ainda é desconhecida! Na verdade, não sabemos se esta energia é oriunda das quatro forças fundamentais, ou mesmo somente do eletromagnetismo, ou se tem origem em alguma força ou partícula ainda ausente do Modelo Padrão. Sabemos que a consciência existe, isto nós sabemos! Mas ela não deixa de continuar sendo uma dúvida.

  1. (4) da matéria e da energia.

Temos certeza de que o nosso corpo físico é feito da mesma “cepa”, ou matéria de que é feito o nosso universo, onde somente quatro por cento é feito de matéria. Na realidade, o que chamamos de matéria não é matéria, pois já sabemos que a matéria em sua essência, é feita por cem por cento de energia. Daí advém mais uma dúvida.

  1. (5) a essência da consciência estaria no cérebro? Ou ela seria extracorpórea?

Nossa consciência, é certo que não está essencialmente no estado material. Isto não nos livra de uma dúvida, pois, não conhecermos sua essência.

  1. (6) a dúvida da origem do “eu”.

Tudo de que sou feito, inclusive minha consciência na forma de energia é feita da mesma matéria prima de que é feito o universo. Por isso, eu disse acima que a consciência é feita de energia, mas, filosoficamente deduzimos que o universo é feito de dúvidas. Onde ficamos?

  1. (7) o arrazoado (2).

Se temos certeza de que nosso corpo físico obedece ao arrazoado (2), podemos admitir que nossa consciência também seja dinâmica. Somente admitir.

  1. (8) a similitude.

Nosso conhecimento evolui sempre, tendo origem no universo, ele sempre se referirá ao universo. Por mais que criemos outros universos, paralelos e outras frescuras, sempre nos referiremos ao (nosso), universo. O universo donde somos oriundos estará sempre dentro de nosso universo consciente, embora prenhe de dúvidas, as dúvidas no universo aumentam na mesma proporção do aumento do conhecimento deste universo, dúvidas estas, adquiridas pelas consciências ao analisar sua origem, que é o universo.

  1. (9) nossa consciência tem origem no universo? Ou o universo se origina em nossa consciência?

Como a nossa consciência é imanente ao universo, somos a representação do universo como consciência. Assim, como o nosso corpo físico é o universo, embora nosso corpo físico não seja nossa consciência! Nossa consciência é o nosso próprio universo! Pois, só tomamos conhecimento de nosso universo através de nossa consciência. Nossa consciência é tudo, inclusive nosso universo.

  1. (10) a consciência nos diz que somos o centro de tudo? Ou tudo estaria concentrado em nossa consciência?

Existe arraigada na consciência humana muitas dúvidas tomadas como certezas! A de que existimos de forma material e a de que tudo em volta se irradia de nós, ou seja, tomamos nossa consciência como o centro do universo. Sendo ambas, as mais absolutas dúvidas tomadas como certezas.

  1. (11) a proposição de Pascal, e os limites.

O universo de duplo infinito de Pascal, de forma objetiva só seria válido para a época em que Pascal viveu, (1623-1662). Onde os infinitos não possuíam limites. Mesmo na matemática isto só foi possível com a renormalização dos infinitos, concebida por Joseph Lagrange, (1736-1813), utilizada hoje pela teoria dos campos. Pascal desconhecia, portanto, as lagrangeanas. A seta no sentido do micro, na física moderna na escala de 10-33 cm de Calabi-Yau é tida como limite da estrutura do microuniverso proposto nas “cosmic string”. Sendo que a escala de 1028 cm representa toda dimensão e limite de nosso macrouniverso.

  1. (12) as duas direções da seta da escala.

A seta referida no arrazoado (11), na outra direção do microuniverso continua indefinida. Assim, a seta no sentido do macrouniverso, (além do campo profundo), é um limite ainda desconhecido pela ciência), este limite do universo conhecido é estimado e admitido como de 13.81 bilhões de anos luz, que é igual a 1028 cm, além desse limite a ciência o nomina de universo invisível, ou desconhecido. Portanto, o que passar desse limite, é teoria e dúvida. Lembrar que a NASA nos propõe dois universos! Um conhecido e outro desconhecido, esse último existindo além do campo profundo. Filosoficamente nesse sentido a seta é infinita, no sentido oposto o limite proposto é a escala de Calabi-Yau, nem teoria há nesse sentido, para estabelecer o limite do micro. Portanto, o que passar do limite, de 10-33 cm é teoria e dúvida. À exceção da escala de Planck de 10-35 cm, que está abaixo da escala de Calabi-Yau. Sendo ainda uma teoria, assim, a escala de Calabi-Yau não nos tira da dúvida.

A (13) o crescimento do conhecimento dos “sapiens”.

Nessa área é incoerente generalizar, temos que pontuar. Na proporção que a episteme humana se desenvolve, mais cresce o setor desconhecido e ainda a ser pesquisado, junto com este setor, cresce as dúvidas, fora as que vem junto com o novo conhecimento. O crescimento do conhecimento adquirido por um “sapiens”, racionalmente é tido como infinito, como sua consciência, ou no mínimo crescerá enquanto durar a sua existência, como espécie. Aqui ficou pretensamente estabelecido que as dúvidas dos “sapiens” prevalecem sempre, e crescem enquanto ele estiver vivo, salvo se sua consciência viva quanto ele já estiver morto.

 

VAMOS AOS PAIS DA FILOSOFIA OCIDENTAL,

AQUI NÃO TRATAREI DA FILOSOFIA DOS MESTRES

CONFÚCIO E LAO TSÊ, ESTES, MERECEM UM ENSAIO A PARTE

18* Explanados estes singelos arrazoados, ou pontos de vista, pois, eles não são nem leis nem teorias. Agora tentaremos conhecer as fases que chamamos de vida racional ou consciência vivencial, e de morte ou inconsciência, isto, se a consciência morrer ou desaparecer com a morte do “sapiens”. Nos reportando aos gregos vemos que, os gregos viam a consciência como algo separado do organismo. Mas, a chamavam de pensamento, e viam este pensamento como algo próprio da personalidade do indivíduo. Num diálogo de Sócrates, e seus pares no Fédon, pouco antes de sua morte, isto fica evidenciado. Notavelmente, os filósofos que viveram há 24 séculos na Grécia, conheciam as imperfeições dos sentidos do corpo físico, e buscavam aperfeiçoar as qualidades do espírito, coisa que o grosso da humanidade atual faz exatamente o contrário. As academias do espírito caíram em desuso e no esquecimento, nosso maior exemplo são as academias que existiam na Grécia antiga, e que não existem mais. As academias do corpo físico pululam no planeta como os vermes num cavalo morto. O homem ao matar o espírito! Faz desaparecer a espécie!

 

                     O PENSAMENTO GREGO NO FÉDON

19* Vou citar um pequeno trecho do Fédon, quando Sócrates já próximo de beber a cicuta dialogava com seus discípulos e colegas. Melhor que isso, vou juntar depois da transcrição destes curtos textos do Fédon, um link do Fédon, considerando que poucas pessoas já leram o Fédon! Na realidade, depois do notebook, do tablet e do smarthphone, a maioria não lê nem os folhetos de propaganda distribuídos nas ruas, muito menos jornal, livros! Nem falar! Sendo muito difícil filtrar o joio do trigo no sistema de informação atual. Vou transcrever “ipsis litteris” uns textos dessa área da filosofia que trata da morte, assim, os leitores poderão analisar o que ali é exposto e proposto, e praticar um pouco de filosofia pura, tirando suas próprias conclusões sobre as razões de Sócrates e de seus discípulos, principalmente conhecer como pensavam aquele grupo de homens sobre a “morte”, há dois mil e quatrocentos anos, e sobre o espírito ou alma e a consciência que chamavam de  pensamento, aqui damos atenção principalmente as palavras de Sócrates, que era o condenado a enfrentar Thânatos. Alguns vão pensar! Movér já entrou ou está na idade e fase de se preocupar com a morte, no entanto, há muitos anos escrevi um tratado sobre a velhice e a morte, portanto, não se trata disso, pois trata-se justamente do contrário, eu como um “ser” que analisa, estou convencido pelo resultado dos meus estudos sobre a existência, não da minha existência, mas da existência da “vida”, onde aprendi através de análises da vida, e de meus singelos estudos sobre o assunto, que me levaram a entender e a crer piamente na minha pequenez como “Ser” que pensa! Que: Primeiro, nós não somos absolutamente o que pensamos que nós somos, nem tampouco o universo é o que pensamos que ele seja. Segundo, na essência, não existimos como seres materiais, esta visão é criada por nossa mente. Terceiro, a segunda proposição se fundamenta na verdade contida em E=mc², e de que seja verdadeira.  Quarto, sendo o universo feito unicamente de energia, de que seríamos feitos então! Quinto, a essência do homem atual está expressa com todas as letras em Ecles. 1:2 *. Sexto, o que a maioria dos homens pensam não merece atenção, são uns idiotas atrás de pecúnia. Sétimo, cabe a cada um, analisar e descobrir a essência de si mesmo. Oitavo, então o “Ser” descobrindo a essência do seu “Eu”, descobre calma e suavemente a plenitude do “Desconhecido”.

 

Vamos agora aos pequenos textos do Fédon, texto esse, com o título atual de:

A MORTE COMO LIBERTAÇÃO DO PENSAMENTO

 20* [… Deixa-o falar – prosseguiu Sócrates – A vós, entretanto, que sois meus juízes, devo agora prestar-vos contas, expor as razões pelas quais considero que o homem que realmente consagrou sua vida a filosofia é senhor de legítima convicção no momento da morte, possui esperança de ir encontrar para si, no além, excelentes bens quando estiver morto! Mas como pode ser assim? Isso será, Símias e Cebes, o que me esforçarei por vos explicar.

Receio, porém, que, quando uma pessoa se dedica à filosofia no sentido correto do termo, os demais ignoram que sua única ocupação consiste em prepara-se para morrer e estar morto.

Se isso é verdadeiro, bem estranho seria que, assim pensando, durante toda vida, que não tendo presente ao espírito senão aquela preocupação, quando a morte vem, venha a irritar-se com a presença daquilo que até então tivera presente no pensamento e de que fizera sua ocupação. …].

 

DA CONSCIÊNCIA OU ALMA, SER IMORTAL

Página 131

21* [… Assim que Sócrates terminou de falar, Cebes tomou a palavra e disse: –

– Sócrates, tudo que acabas de dizer me parece correto. Só há uma coisa que será inacreditável para os homens: o que disseste a respeito da alma. Porque os homens imaginam que quando a alma é separada do corpo, não esteja em lugar algum, ou que, no mesmo dia que o homem morre, é destruída e perece, e que a partir do momento dessa separação, foge do corpo e se dissolve como um vapor que se esvai e não existe em parte alguma. Razão pela qual, se subsistisse sozinha, recolhida em si

Continuando na página 132,

mesma e liberta de todos os males de que nos falaste, seria uma grande e bela esperança, Sócrates, de que tudo o que nos disseste fosse real. Mas que a alma vive após a morte do homem, que age e pensa, é o que necessita de explicação e provas concretas.

– Tem razão, Cebes – respondeu Sócrates. –  Mas como as obteremos? Queres que, nesta nossa conversa, analisemos se é possível ou não?

– Apreciaria muito – respondeu Cebes – ouvir o que pensas sobre isso.

– Ao menos – disse Sócrates – não existiria ninguém, nem

mesmo um poeta cômico, que, ao ouvir-me agora, declarasse que sou um charlatão e falo a respeito de coisas que não me interessam. Se esta é a tua opinião, devemos analisa-la bem. Veremos, em princípio, se as almas dos mortos se encontram ou não no Hades. É uma opinião muito antiga que as almas, ao deixarem este mundo, vão para o Hades, e que dali voltam para a Terra e retornam à vida após haverem passado pela morte. Se é assim, e se os homens após a morte regressam à vida, deduz-se necessariamente que as almas estão no Hades durante esse tempo, porque não voltariam ao mundo se não existissem, e isso é uma prova de que existem, já que os vivos nascem dos mortos. Se não for assim, será necessário procurar outras provas.

– Concordo – disse Cebes.

– Mas – acrescentou Sócrates, – para termos certeza dessa verdade, não basta analisar os homens entre si, e sim em relação com os animais, com as plantas e com tudo aquilo que nasce. Desse modo observar-se-á se todas as coisas nascem da mesma forma, isto é, de suas contrárias, quando possuem contrárias. Por exemplo, o belo é o contrário do feio, o justo do injusto e assim por diante. Vejamos, então, se é absolutamente necessário que as coisas que possuem seu contrário nasçam desse contrário, como quando uma coisa cresce é necessário que haja sido menor para depois crescer. 

– Sem dúvida.    

– E quando se torna menor, é necessário que haja sido maior para ter podido diminuir.

– Certamente. 

Continuando na página 133,

– De igual maneira, a força provém de debilidade, e a rapidez da lentidão.

– Correto.

– Então, quando algo se torna pior, não é porque antes era melhor? E quando se torna mais justo, não é porque antes era mais injusto?

– Logicamente deve ser assim, Sócrates.

– E entre esses dois contrários não existe sempre um nexo, gerações de um ao outro e do outro ao um?

 Continuando adiante na mesma página 133

 Diz Sócrates:

– O mesmo acontece com aquilo que se chama mesclar, separar, 

Esquentar, esfriar, e todas as outras coisas. E ainda que às vezes não tenhamos palavras para exprimir essas transformações, vemos que pela experiência que as coisas nascem umas das outras e passam por meio de um intermediário.

– Sem dúvida. 

– Então – indagou Sócrates -, a vida também possui seu contrário, como o sono e a vigília?

– Com certeza – respondeu Cebes.

– Qual o contrário da vida?

– A morte.

– e essas duas coisas, por conseguinte, não nascem uma da outra pelo fato de serem contrárias, e não há entre elas duas gerações?

– Correto.

 

22* Transcrevi estas duas páginas do Fédon para que os leitores às apreciassem e tomassem gosto pelo conteúdo dos diálogos de Sócrates com seus discípulos e amigos, onde Sócrates trata da imortalidade da alma. Portanto, da permanência eterna da consciência. Esses diálogos foram registrados por Platão, onde se inicia com Fédon relatando a Eqrécrates, o acontecido, e depois Sócrates dialoga com Críton, Cebes e Símias, e já no fim do texto, Fédon com Equécrates. Os diálogos do Fédon são longos, indo da página 115 à página 190, eles ocorreram nos dias que antecederam a morte de Sócrates. Portanto, aqueles que não os possuírem em casa podem seguir o link abaixo, e lê-los integralmente. Quando abrir o arquivo em PDF, no título aparecerá:

 PLATÃO*O BANQUETE*FÉDON*SOFISTA*POLÍTICO*. No entanto trata-se somente do texto de Platão no FÉDON, com 73 páginas

 

http://geha.paginas.ufsc.br/files/2016/03/Plat%C3%A3o-cole%C3%A7%C3%A3o-os-pensadores-1973.pdf

 

Mãos à obra!

 

23* Voltemos ao nosso “tema/assunto”, a Consciência.

Só estaremos próximos da verdade sobre a consciência, se entendermos que somos o que realmente somos, embora desconheçamos o que somos! Mas, antes de sabermos o que somos, temos que descobrirmos o que somos como consciência, ao conseguirmos isto, o conhecimento de tudo, aflora como a luz num dia ensolarado. Assim, não somos, o que pensamos que nós somos. Isto não é tão difícil de compreender. Os filósofos no geral, são discordes quanto a maneira de abordar o tema “consciência”, vamos ver essa verdade, tomando conhecimento como os filósofos tratam o tema consciência em seus pronunciamentos sobre o “Ser” pensante e consciente. Nalguns casos é somente um “caso” de semântica, pois, é natural que o diacronismo semântico altere o sentido de algumas proposições com o decorrer dos séculos. E as traduções não ajudam! Mas, nem sempre é assim, na maioria dos casos é discordância pura e simples mesmo. Alguns filósofos, mesmo quando contemporâneos foram discordes, quanto ao tema.  Sendo impossível citar todos os filósofos que trataram do tema, só citaremos alguns, e aleatoriamente. O que ninguém quer enfrentar, é a verdade de que, nossas crenças não possuem nenhum valor diante da potência da existência da consciência no que chamamos de “vida” humana! Um verdadeiro mistério para o entendimento do “sapiens” atual, inclusive para a profunda análise que os filósofos desenvolveram através dos séculos sobre o tema. Se assim, não fosse todos seriam concordes sobre o tema consciência. Digam o que quiser e puder, a neurociência, a química, a física, a cosmologia, a psicologia, a filosofia e as religiões em todos os tempos. Atualmente, simplesmente não sabemos o que é a vida! Tudo que se disser a respeito no atual grau de desenvolvimento desse mesmo “sapiens”, não passará de teorias! Se até mesmo a física quântica, não sabe de que são feitos os quarks, que são a base de tudo que forma o universo material! Como saber o que é a vida que em nós os “sapiens” é o coroamento e o ápice de tudo que representa um organismo material e inteligente! Sendo a vida consciente uma mínima parte do tudo, e ao mesmo tempo uma partícula ínfima desse mesmo universo tomando conhecimento de si próprio.

 

COMO UTILIZAMOS A MENTE PARA PENSAR 

 

OS FILÓSOFOS (1)

  

Vamos à Immanuel Kant: 1724-1804

24* Este ato de síntese de Kant analisa em doze princípios, “categorias” ou leis de pensamento. As categorias são para o entendimento aquilo que o tempo e o espaço são para a consciência. Incluem noções como qualidade, quantidade e, notavelmente, causalidade. O mundo externo é assim o produto de sensações condicionadas pelas formas de consciência e associadas pelo pensamento segundo suas próprias leis. Consiste de impressões, phenomena; mas as causas dessas impressões, noumena, entidades em si, se situam além dos limites do conhecimento e não podemos, com a ajuda da razão apenas, além das impressões, chegar à verdade absoluta, pois a razão leva a certas contradições insolúveis, ou antinomias, como a impossibilidade de conceber o espaço, limitado ou ilimitado. Mas onde a metafísica falha, a razão prática vem em nosso socorro. A consciência moral aceita certos “imperativos categóricos”, como “não mentirás”. A partir daí, segue-se a convicção de que o homem é de certo modo livre, de crença na imortalidade (porque a autorrealização dentro de qualquer período finito é impossível) e de crença em Deus. Somos impelidos pela característica de nossas mentes a ver um desígnio. E uma “boa vontade”, uma consciência que controla habitualmente a participação numa comunidade ideal de seres racionais, garantia única de que a existência do homem pode ter um valor absoluto. Embora as vantagens resultantes da obediência a certas leis morais particulares possam ser demonstradas, a obrigação moral em si é um imperativo categórico, algo que sentimos que não podemos explicar. Segundo Kant, é algo que vem de nós, puramente humano. Algo que nos diz: deves proceder desta ou daquela maneira; deves proceder corretamente. De onde vem este “tu deves”? Não da natureza, a natureza oferece fatos, mas nenhum dever moral. Do entendimento? O entendimento conhece ideias e desconhece mandamentos imperativos. As pessoas chamam a esse “tu deves” de “voz da consciência”. Para Kant, era o imperativo categórico.

 

Então…

Observe em Kant quando ele diz: Pois a razão leva a certas contradições insolúveis, ou antinomias. Quando a consciência é levada a seus a níveis menores. 

 

OS FILÓSOFOS (2)

 

Vamos à Baruch de Espinoza: 1632–1677

25* As coisas, diz Espinoza, não são como no-las apresenta a imaginação, baseada no conhecimento empírico; mas como são apresentadas pela razão. Desta maneira, analisando o mundo com a razão, sabemos que este é manifestação da substância eterna e infinita (conforme definição VI da parte I da Ética) e, portanto, necessário. Considerar o mundo necessário (não podendo não existir), significa considera-lo “sub specie aeternitatis”, sob certa espécie de eternidade. Da mesma forma, se o mundo e tudo que existe é necessário, não há lugar para uma vontade livre, uma vontade não condicionada. Qualquer vontade é determinada por fatores conhecidos ou desconhecidos, que por sua vez, são determinados por outros fatores, até que em determinado ponto da sequência a vontade (ou a mente) não tenha mais controle sobre estes fatores. Desta forma, a vontade é determinada em última instância por fatores que desconhecemos e sobre os quais não temos controle. Portanto, para Espinoza a vontade não é livre. Esta ideia será posteriormente retomada por grandes pensadores como Schopenhauer e Nietzsche, que também negarão a existência do livre-arbítrio. Como consequência deste raciocínio, Espinoza deduz que agimos necessariamente pela vontade de Deus (ou pela vontade/impulsos da matéria). A partir deste pressuposto (ou corolário, como escreve o filósofo) Espinoza infere toda uma ética baseada na vontade, na compreensão dos obstáculos da vida; separando aquilo que podemos mudar daquilo que não podemos. Toda esta ética é baseada na constatação de que tudo que ocorre, acontece de maneira predeterminada.

 

Então…

Observe em Espinosa, logo no início do texto lemos: As coisas, diz Espinoza, não são como no-las apresenta a imaginação, baseada no conhecimento empírico; mas como são apresentadas pela razão. Logo a razão humana comanda o espetáculo, ele se refere à razão, como nossa consciência, como a essência do “Ser”.

 

OS FILÓSOFOS (3)

Vamos à Georg Wilhelm Friedrich Hegel: 1770-1831

26* Entendemos então que o que a Consciência faz é uma aparição para si mesma, e que o que lhe aparece é somente ela mesma, portanto, sua verdade. Com isso, temos que a Fenomenologia do Espírito, em contraposição à tradição filosófica anterior, é uma abordagem do fenômeno – mais propriamente, do saber fenomenal – não como uma simples aparência que não fornece a verdade da coisa, mas como algo essencial à verdade, como a verdade em sua forma manifesta. Ou melhor, como o primeiro passo na construção da verdade, já que esta só é em sua totalidade, segundo Hegel. Embasado nessa necessidade do aparecer da verdade da Consciência, Hegel inicia a Introdução de sua obra criticando a própria necessidade de uma crítica do conhecimento, realizada pela tradição filosófica antecedente. Uma crítica do conhecimento, que, em geral, ora o toma como um instrumento para nos apoderarmos da verdade, ora como um meio para contempla – lá, apesar de parecer ser uma precaução sensata contra o erro, se faz desnecessária. Ao tomar o conhecimento como um “algo dado” (tanto faz se um instrumento ou um meio) para alcançar a verdade, ela pressupõe o conhecimento como uma representação, ou seja, como algo não natural à Consciência, mas sim diferente, separado dela e, por conseguinte, separado da verdade. Mas na abordagem hegeliana a verdade já está presente desde sempre no conhecimento. Segundo sua concepção do fenômeno como a forma manifesta da verdade (em seu modo mais “natural” de manifestação) da Consciência, o conhecimento só pode ser conhecimento da verdade, e ele ocorre de forma natural, pela necessidade própria que Consciência tem de se manifestar. Sendo assim, a crítica do conhecimento é um engano. O que era uma precaução contra o erro acaba se desvelando como o próprio erro. Essa precaução se traduz por um temer, por um desconfiar do movimento que a verdade realiza em seu aparecer; e esse é o verdadeiro erro. Esse movimento do aparecer da verdade é o movimento da construção da ciência. Essa é a ciência da verdade da consciência, pois, segundo Hegel, a verdadeira figura em que a verdade existe só pode ser no sistema científico.

 

 

Então…

Observe em Hegel, também logo no início do texto: Entendemos então que o que a Consciência faz é uma aparição para si mesma, e que o que lhe aparece é somente ela mesma, portanto, sua verdade. Com isso, temos que a Fenomenologia do Espírito, em contraposição à tradição filosófica anterior, é uma abordagem do fenômeno – mais propriamente, do saber fenomenal – não como uma simples aparência, um “noumena” ou abstração, que não nos fornece a verdade da coisa, mas como algo essencial à verdade, como a verdade em sua forma manifesta. Ali fica expressa a posição da consciência nos seres como uma personalidade à parte, e não como a essência do “Ser”.

 OS FILÓSOFOS (4)

Vamos à Edmund Russerl, 1859-1938

27* Russerl e o resultado esperado do método fenomenológico.

À fenomenologia caberia, portanto, promover impetuosamente uma investigação rigorosa do imenso campo da subjetividade transcendental. Movido por seu projeto filosófico, Husserl anuncia-nos explicitamente – em A Ideia da Fenomenologia, núcleo das “Cinco Lições” proferidas em abril-maio de 1907 – que, com a fenomenologia, deparamo-nos com a proposta de uma “nova atitude” e de um “novo método”. A atitude fenomenológica consiste em uma atitude reflexiva e analítica, a partir da qual se busca fundamentalmente elucidar, determinar e distinguir o sentido íntimo das coisas, a coisa em sua “doação originária”, tal como se mostra à consciência. Trata-se de descrevê-la enquanto objeto de pensamento. Analisar o seu sentido atualizado no ato de pensar, explicitando intuitivamente as significações que se encontram ali virtualmente implicadas em cogitos inatuais, bem como os seus diferentes modos de aparecimento na própria consciência intencional. Explorar a riqueza deste universo de significações que a coisa – enquanto um cogitatum – nos revela no ato intencional é o que é próprio da atitude fenomenológica, enquanto um “discernimento reflexivo” levado a cabo com rigor. A especificidade de tal atitude faz da fenomenologia a “ciência clarificadora” por excelência. Já o método fenomenológico será, por sua vez, um método de evidenciação plena dos fenômenos. Também será, para Husserl, o método especificamente filosófico, cuja estratégia maior consiste, para o alcance de um grau máximo de evidência, no exercício da suspensão de juízo em relação à posição de existência das coisas. Tal exercício viabiliza, assim, a chamada “redução fenomenológica” e, com ela, a recuperação das coisas em sua pura significação, tal como se revelam (ou se mostram), enquanto objetos de pensamento, na consciência intencional.

 

Então…

Observe em Edmund Russerl, como grande filósofo que foi, ele herdou de Brentano, o modo de tratar a consciência como expressão ou exteriorização do conhecimento comum do “sapiens”, no caso específico da fenomenologia, como coisa adquirida durante a formação de sua personalidade, não como uma essência inata e transcendental, mais, como a capacidade do pensante de conhecer e analisar os fenômenos. Isto transparece, quando ele admite a consciência intencional. Não se tratando aqui, do ato da “intenção”, natural nos pensantes, inclusive nos diversos animais “ditos” superiores.

 

Deixemos os filósofos em sua santa paz, mas, antes disso, um arrazoadozinho.

 

UM ARRAZOADOZINHO

28* O moderno mundo da filosofia cientificista, materialista e ateísta, na atualidade não trata a consciência como a entidade maior do “Ser” que pensa! Esta mudança na filosofia se deu com a ascensão do protestantismo e a consequente queda do poder da igreja católica nas universidades no mundo, principalmente onde se passou a ensinar filosofia, não mais sob a tutela de Roma, foi quando a filosofia ateísta encontrou um caminho seguro para o materialismo viajar pelo mundo. A partir do início da revolução industrial, em meados do século XVIII, na Europa, quando o campesinato começou a se mudar para as cidades industriais em busca de trabalho nas primeiras fábricas mecanizadas pelas máquinas a vapor, também, tendo acesso ao conhecimento filosófico através dos livros, cada vez mais populares. Para quem analisa essa mudança nos posicionamentos filosóficos dos pensadores, a partir do século XVIII. Não há como não perceber este fato. É só ver o crescimento do número de filósofos ateus, oriundos das universidades particulares inclusive das católicas nas principais capitais europeias a partir desse período! Neguem-no, o quanto quiserem e puderem.

Os “finalmentes”, sobre a consciência,

29* A neurociência e a filosofia enfrentam grande dificuldade para conseguirem uma perfeita, ou mesmo, uma razoável definição do que seja a consciência humana. Ao longo dos séculos os filósofos têm dedicado boa parte de seu tempo tentando definir o que seja a consciência. A maior dificuldade seria exatamente definir a consciência como um fenômeno que ocorre no sistema físico neural, ou que no mínimo interage com este sistema cerebral humano, produzindo inclusive o pensamento, as emoções, e principalmente a sensação do reconhecimento do “Eu” individual existente em cada “Ser”. Sempre vejo os animais como seres conscientes, embora em graus evolutivos diferentes, comparando-os com a consciência humana, são bem diversos dos humanos, não posso entender um animal que interage com os humanos! Sem possuir algum grau de consciência. É interessante observar como os pensadores ateus, acusam os pensadores espiritualistas de praticarem o pampsiquismo, que eles chamam de “doutrina”. Fora os falantes, ninguém pode crer que um outro animal possua consciência, por mais rudimentar que seja esta consciência, que logo é classificado e acusado de praticar a “doutrina” pampsiquista! A burrice corre solta e desembestada pelos rincões do planeta. As gerações se sucedem, e sempre se sucederão e um dia chegaram ao fim, inclusive as gerações dos néscios! Um dia o planeta se verá livre deles! Mesmo que passe 4,6 bilhões de anos, eles desaparecerão de minha vista. Crer que somente os animais falantes possuam consciência e desenvolveram a fala, como se a fala fosse o único meio de comunicação entre os seres vivos! Observem uma revoada de 300 mil andorinhas em perfeita sincronia, se aquilo não for feito com comunicação entre os pássaros, é feitiçaria pura nos céus da Paraíba. Sabemos que a linguagem entre os humanos, foi algo essencial e indispensável para seu desenvolvimento. Mas a comunicação existe entre todos os seres vivos, nalguns casos, extremamente diferentes da comunicação dos humanos, mas, existe! Ora! Quem se comunica possui algum tipo de consciência, que pode ser extremamente diferente da nossa, mas, a possui. Quanto ao fato de uma espécie ter a “consciência de ser consciente”, com lógica, pode-se debitar este poder cognitivo aqui na Terra, somente aos humanos.

 

Por mais que eu tente, Da Vinci não me abandona! Ou seria eu que não abandono Da Vinci e seus enchedores de latrinas? Sei lá!

 

 

 

Por mais que eu tente, Da Vinci não me abandona! Ou seria eu que não abandono Da Vinci?

Edimilson Santos Silva Movér

Vitória da Conquista, Bahia

09/08/2019

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