Caso de truculência e  agressão de Secretário de Obras do Município de  Itamaraju contra imprensa repercuti em todo Brasil. 

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O último episódio envolvendo intolerância a jornalistas na equipe paga com dinheiro público para dar segurança ao presidente Jair Bolsonaro (PL) aconteceu na Bahia, no final de semana, e contou com uma inesperada colaboração de um agente público baiano.

O até então obscuro secretário de Obras de Itamaraju, uma das dezenas de cidades atingidas devastadoramente pelas últimas chuvas, razão da visita do primeiro mandatário à região, ganhou seus 15 minutos de fama ao atacar um repórter que participava da cobertura.

Sem a menor justificativa, a não ser a necessidade de aparecer perante um presidente avesso ao essencial trabalho da imprensa, o secretário avançou contra o profissional na tentativa de tomar-lhe o microfone aproveitando a confusão armada pelos seguranças presidenciais contra os jornalistas.

Na sucessão de ataques, até a repórter da TV Bahia, Camila Marinho, recebeu um lamentável mata-leão de um dos brutamontes que cercam Bolsonaro. Procurado para dar uma explicação sobre o lastimável comportamento de seu colaborador, o prefeito de Itamaraju se esquivou.

Marcelo Angênica (PSDB) declarou que não viu “detalhes” do caso porque houve um tumulto que o impediu de tomar conhecimento das agressões. Mas as imagens mostrando o destempero de seu secretário de Obras correram o país e estão à disposição de todos.

Se o prefeito prefere omitir-se a afastar do governo um colaborador truculento e despreparado, este não pode ser, no entanto, o comportamento dos órgãos de controle sobre tamanho destempero numa Prefeitura que deveria estar focada no enfrentamento do flagelo da enchente.

Se o presidente pode ser acionado no Supremo Tribunal Federal para ajustar o comportamento de sua segurança em relação à legítima cobertura jornalística de suas andanças, nada impede que o prefeito de Itamaraju se torne sujeito do mesmo tipo de intimação por parte do Ministério Público Estadual, da Câmara Municipal e da oposição.

Tampouco deve ficar impune o assim chamado secretário de Obras, cujo descontrole emocional ficou patente. Agentes públicos não são bancados com dinheiro do contribuinte para exercitar sua agressividade contra quem quer que seja, mas para servir à sociedade e serem fiscalizados pela imprensa em seu benefício.

Fonte Política Livre