CPMI das “Fake News”: Obstrução impede votação de cronograma apresentado por Lídice

Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

A obstrução da bancada governista na reunião, nesta terça-feira (17), da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das “Fake News” impediu a votação do plano de trabalho apresentado pela relatora, a deputada federal Lídice da Mata (PSB) no Senado. Pelo cronograma, a baiana pretende fazer um encontro na próxima terça (24) para dizer o que deve ser caracterizado como “fake news”.

Além disso, o “cyberbulling” será tema de uma das três sub-relatorias da CPMI – conforme havia anunciado o senador Ângelo Coronel (PSD-BA), presidente do colegiado – e deverá ficar a cargo do senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE). As outras sub-relatorias tratarão de proteção de dados e aliciamento de crianças e os responsáveis devem ser anunciados na próxima sessão. Também estão previstos debates de crimes de ódio e suicídio em outubro.

Os deputados do PSL tentaram por diversas vezes obstruir os trabalhos da Comissão sob discurso de que os objetivos da CPMI foram desvirtuados, não respeitar o regimento interno, #CPIdaCensura e um “circo está armado” contra o presidente Jair Bolsonaro. Primeiro, tentaram anular a sessão anterior e, em seguida, obstruíram a votação da ata. Amparado por consultores legislativos, Coronel conseguiu tocar os trabalhos e ao final anunciou que tentará um acordo entre líderes para uma pauta única com pontos comuns para facilitar a votação e não prejudicar os trabalhos que devem ser concluídos até o dia 23 de dezembro.

“E os pontos maios polêmicos, como a que diz respeito ao processo eleitoral, sobre quem usou ou quem não usou fake, vai pro voto. E aí vai ser a briga de um lado e de outro lado pra ver quem teve razão nas eleições passadas, quem influenciou as eleições passadas via perfil falso ou via abuso de poder econômico, montando bunker no Brasil todo, ou fora do Brasil, para depreciar adversários. Mas isso será uma segunda parte”, explicou o presidente da CPMI que voltou a confirmar que o vereador Carlos Bolsonaro (PSL-RJ), um dos filhos do presidente, poderá ser convocado.

Raiane Veríssimo