Debate na TV. Candidatos rivalizam se uns com os outros, em temáticas de cunho pessoal  e depreciativas de atos  e fatos do passado, do seus algozes. (adversários)

No terceiro bloco do debate da TV Bahia, o candidato a governador do PT, Jerônimo Rodrigues, lembrou do episódio em que o então deputado federal ACM Neto (UB), no plenário da Câmara dos Deputados, disse que daria uma surra no ex-presidente Lula. Este bloco foi marcado ainda pelas críticas quase simultâneas e, aparentemente combinadas, dos candidatos apoiados por Lula e por Jair Bolsonaro na Bahia. Roma, por exemplo, até o terceiro bloco do debate realizado na noite desta terça-feira (27), não fez nenhum questionamento direto a ACM Neto, dizendo que o adversário dele na Bahia seria Jerônimo Rodrigues, do PT.

João Roma voltou a falar da polêmica da declaração de ACM Neto como pardo e ironizou: “Nesses 20 anos de convivência que ele falou [que foram amigos], ele nunca me disse que era negão”. Foi justamente neste tema, após essa afirmação de Roma, que foi concedido ao ex-prefeito de Salvador o primeiro direito de resposta do debate. “Quero dizer a vocês o seguinte: me autodeclarei pardo porque assim me vejo, como em 2016, quando ele [João Roma] era meu chefe de gabinete, que estava ao meu lado e me apoiava em tudo, eu já tinha me autodeclarado pardo e, naquela época, não tinha fundo eleitoral, não tinha financiamento de campanha, não tinha cota”, disse ACM Neto.

O ex-prefeito disse ainda que foi declarado pardo pelo Instituto Pedro Melo, ligado à Secretaria de Segurança Pública. “Não é autodeclaração. Eles que fizeram. Eu estou lá como pardo. Lamento que o João Roma do passado tenha realmente sumido e agora a gente vê o candidato raivoso e ofensivo aqui na televisão”, disse Neto.

Ao se dirigir a Kleber Rosa, candidato do PSOL, Neto perguntou se Jerônimo Rodrigues, dado o desempenho à frente da secretaria da Educação, teria condições para ser governador da Bahia. O psolista, entretanto, retornou ao tema da cor da pelo do candidato do União Brasil e afirmou que declarar-se pardo é, segundo ele, declarar-se negro.

“O senhor não sabe a diferença entre ser pardo e ser negro? Ser pardo, declarar-se pardo, é assumir a condição social de negro e é estar dentro das políticas que beneficiam a população negra. O senhor precisa conhecer sobre isso”, disse Kleber Rosa.