Eleições na Alemanha – Angela Merkel se torna líder incontestável da Europa

 

O triunfo de Angela Merkel em conquistar um terceiro mandato por uma improvável alta margem deixou a chanceler e a Alemanha isolados na Europa.

Mesmo após mais de três anos do pior pesadelo do continente, Merkel foi recompensada por sua condução da crise. Em todos os outros países do euro, os eleitores puniram seus governos. Sua vitória demonstra o abismo entre a Alemanha e o resto da Europa.

Assim como no famoso comentário do marqueteiro da campanha do ex-presidente americano Bill Clinton, “é a economia, estúpido!”.

Secretário Geral alemão Hermann Groehe (dir.) faz sinal de positivo enquanto Angela Merkel aguarda para discursar para apoiadores na sede de seu partido, em Berlin; Merkel lidera as pesquisas para ser novamente eleita chanceler do país

Os alemães deram a Merkel um terceiro mandato porque seu padrão de vida e seus empregos permaneceram estáveis enquanto o desastre atingiu boa parte da Europa.

Desde a bola de neve provocada pela Grécia em 2010, 12 governos caíram nos 17 países da zona do euro, da direita à esquerda. A Alemanha foi a exceção.

Merkel foi a figura dominante em desenhar a resposta da Europa à crise, a arquiteta da austeridade, uma palavra que ela privadamente diz desprezar.

Mas a vitória de um terceiro mandato, com uma votação maior para seu partido que em 2009, sustentará sua confiança na maneira como vem lidando com o desafio.

Isso sugere que haverá pouca mudança em suas políticas na Europa, a não ser que ocorra algo grave em países como Itália e França.

Social democratas e verdes podem atacar suas políticas, mas sempre votam com Merkel em decisões importantes.

A oposição a Merkel tem vindo de seus aliados e do seu próprio partido. Dependendo da complexidade da nova coalizão, essa oposição interna pode crescer. A vitória de Merkel a torna líder incontestável da Europa, independente de quão desconfortável esteja nesse papel.