Estudo avalia que 55% das pessoas que têm um plano de carreira se sentem felizes ou muito felizes na vida profissional.

jornalista e radialista

  • Renata começou a desenvolver seu plano de carreira quando entrou na Deloitte - Foto: Mila Cordeiro | Ag. A TARDE

    Renata começou a desenvolver seu plano de carreira quando entrou na Deloitte

Trabalhadores que possuem plano de carreira podem ser mais felizes no âmbito profissional, segundo pesquisa da empresa de consultoria Etalent em parceria com a Catho. O estudo mostrou que 55% dos entrevistados que têm um plano de carreira se sentem felizes ou muito felizes na vida profissional.

Mais facilidade em alcançar as metas estabelecidas é uma das causas do sentimento, de acordo com Luís Testa, head de pesquisa e estratégia da Catho. “É mais fácil para o profissional colocar em prática ações e competências que irão ajudá-lo a atingir o objetivo quando há um plano de carreira traçado”, disse.

Segundo Testa, o planejamento torna o profissional mais seguro. “O mercado está cada vez mais dinâmico e, para permanecer competitivo, é necessário que o profissional tenha muito claro qual é o seu plano de carreira, como ele pode se desenvolver, quais competências e habilidades deve adquirir”.

Atuar no setor organizacional foi a meta estabelecida pela psicóloga Renata Levindo, 28 anos, quando concluiu a faculdade, em 2010. O treinamento na Deloitte foi seu primeiro contato com plano de carreira. “Quando entrei, um planejamento foi traçado. O plano serviu para eu saber o que queria ser na empresa e quais metas queria alcançar”, explicou Renata, que hoje é consultora sênior da Deloitte.

No período de três anos, Renata, além de consultora, também se tornou uma das conselheiras e desenvolveu habilidades que mudaram as metas do plano de carreira. “Antes queria fazer faculdade de administração, mas, hoje, tenho conhecimentos que não precisei adquirir por meio de um novo curso”, diz a consultora, que pensa em fazer um MBA e ser gerente na empresa.

Segundo Testa, o profissional deve fazer uma autocrítica antes de colocar o plano de carreira em prática. “É necessário fazer uma autoanálise profunda para compreender os pontos fortes e fracos. Fazer um mapeamento de si mesmo para saber se o lugar que almeja está perto ou longe, de acordo com suas habilidades, com seu ritmo de vida e com seus valores”, sugere.

Reter talentos

O suporte e ferramentas oferecidos pelas empresas contribuem para reter profissionais, de acordo com Ticiana Freitas, gerente da Capital Humano. “A empresa tem que deixar claro, no plano de carreira, quais as possibilidades que o profissional pode ter para que ele consiga usar da orientação e suporte para alcançar essas opções”, diz Ticiana.

O apoio encontrado pelo supervisor do setor de auditoria da PwC, Mozart Leitte, 25, formado em ciências contábeis, aconteceu quando ainda estava no quarto semestre da faculdade, em 2009, e passou na seleção da empresa. “Tive suporte dos coachings para terminar a faculdade, tirar meu registro de profissional formado e aprimorar meu inglês”, disse. O plano de carreira de Leitte foi traçado para um período de sete anos e em dois já foram alcançados. “Pretendo realizar um MBA e fazer outro intercâmbio”, conta.

Esse tipo de orientação, segundo Ticiana, faz com que profissionais mais jovens se interessem pelas instituições. “A nova geração quer resultados mais rápidos e associar-se a marcas que invistam em treinamentos, certificação e formação não apenas técnicas, mas de habilidades comportamentais”, explicou.

O processo preparatório de Márcio Antônio Barros, 37, gerente da Casas Bahia, em Pau da Lima, também alcançou o âmbito pessoal. Após passar no processo de treinamento da Via Varejo, Barros, que ainda era vendedor, passou seis meses em São Paulo.

Para Denide Pereira, coach e diretora da ABRH-Bahia, características da vida pessoal devem ser incluídas no processo preparatório do plano de carreira. “É preciso perguntar se a área escolhida é acolhida pelo mercado, se você tem vocação ou pode desenvolver esse talento”, explicou.

As habilidades desenvolvidas por Barros, que lidera uma equipe de 45 colaboradores, desde vendedor, fez com que existissem mudanças na vida pessoal. “Agora, lido com pessoas de diferentes personalidades e jeitos, vou a convenções que antes não frequentava e o salário aumentou quatro vezes mais do que ganhava como vendedor. Tenho outro nível de vida”, disse.

Faça um plano para sua carreira

Autocrítica – Faça um mapeamento dos seus pontos fracos e fortes. Avalie se estão de acordo com o que deseja atingir, segundo suas habilidades, ritmo de vida e princípios

Projetos – Pergunte-se o que almeja alcançar na empresa, de acordo com a área de atuação

Habilidades – Identifique quais capacidades que você tem e quais outras precisam desenvolver

Avaliação – Revise o seu plano de carreira anualmente. Se necessário, questione o motivo de não ter alcançado suas metas

Suporte – Busque empresas e profissionais que deem auxílio no desenvolvimento do seu plano de carreira