Ex-PM flagrado em gravação com líder de movimento grevista na Bahia, Daivi Salomão, é preso

 

 

 

 

 

Policiais federais prenderam no final da tarde desta quarta-feira (15), em Vitória da Conquista (BA), o ex-policial militar e advogado Davi Salomão, flagrado em escutas telefônicas combinando atos de vandalismo com Marco Prisco, líder dos policiais grevistas. A informação é da assessoria de imprensa da Secretaria de Segurança Pública da Bahia.

Na conversa com Prisco, Salomão anuncia ataques a carretas e o fechamento de uma rodovia durante a paralisação da categoria. O diálogo entre os dois foi descoberto por meio da quebra de sigilo telefônico, autorizado pela Justiça.

Bahia viveu onda de saques com greve de policiais

Foto 3 de 103 – 03.fev.2012 – Loja é saqueada em Salvador durante a greve da PM. Na noite de ontem, um grupo de 150 homens da Força Nacional de Segurança chegou para patrulhar a cidade e ajudar a conter a onda de violência registrada após o início da paralisação Mais Arestides Baptista/Agência A Tarde

O detido ficará recolhido no presídio de Vitória da Conquista e depois será transferido a Salvador, segundo informou a secretaria.

PMs presos

Catorze líderes da greve de policiais militares e quatro acusados de crimes durante a paralisação na Bahia estão presos e devem responder a processos criminais ou administrativos na corporação. As informações são da polícia Militar da Bahia e do Rio Grande do Norte e da Polícia Civil baiana.

A Polícia Militar da Bahia confirmou nesta quarta-feira (15) que 15 policiais militares estão presos na corporação, acusados de liderarem a greve da categoria ou por crimes praticados durante a paralisação, que durou 12 dias e terminou com mais de 170 mortes.

Além dos 15 militares, dois ex-policiais e um cabo da PM do Rio Grande do Norte também estão detidos, acusados de liderança da greve. Pelo menos sete pessoas ainda estão sendo procuradas, mas o número pode ser maior, já que a Justiça não se pronunciou sobre a expedição de mandados.

Segundo a PM-BA, nove dos 15 detidos foram presos na última terça-feira (13). Todos são soldados da corporação, entre eles Gilvan Souza Santana, um dos 12 que tinham mandado de prisão em aberto desde o dia três. Com ele, são seis mandados já cumpridos.

Além dos nove, outros três militares foram detidos ainda durante a paralisação –dois deles com mandado expedido no dia três. A outra detida é a soldada Jeane Barbosa de Sousa, flagrada em conversas telefônicas articulando uma possível invasão ao Batalhão da Polícia de Guardas. Segundo a defesa da militar, Jeane possui problemas mentais e vem sendo acompanhada por médicos desde 2009.

A greve não resultou apenas em policiais militares presos. Também estão detidos, pela acusação de liderar o movimento, o presidente da Aspra (Associação de Policiais, Bombeiros e seus Familiares da Bahia), o ex-policial Marco Prisco; o ex-sargento da PM-BA Antônio Paulo Angelini e o vice-presidente da Associação Nacional de Praças e cabo da PM do Rio Grande do Norte, Jeoás Nascimento, que se entregou nesta terça-feira (14) e está detido em Natal.

Assassinatos

Além dos policiais que teriam liderado o movimento, outros quatro são acusados de integrar um grupo de extermínio que praticou pelo menos nove mortes durante a paralisação dos militares. Cinco dos crimes foram praticados contra moradores de rua. A Polícia Civil confirmou que três dos acusados já foram detidos e encaminhados para prisões militares.

O último dos presos foi o soldado Samuel Oliveira Meneses, conhecido como “Marrom”, que se entregou na última segunda-feira. Ele foi levado para o Batalhão de Choque da Polícia Militar, em Lauro de Freitas, região metropolitana da Salvador. Além dele, os soldados Donato Ribeiro Lima, 47, e Willen Carvalho Bahia, 34, foram presos, na quinta-feira (9). Já Jair Alexandre Silva dos Santos, que tem mandado de prisão em aberto, ainda é esperado pelo policiais, já que prometeu se entregar, mas a rendição não aconteceu até esta terça-feira (14).

A Polícia Civil informou que vai ouvir pessoas que moram nas proximidades do local onde os crimes aconteceram. Segundo informou a assessoria de imprensa da Polícia Militar, não está confirmada a ligação entre os militares e o grupo que liderou a greve. O caso, porém, ainda está sob investigação.

Além das mortes no período da greve, os quatro também são suspeitos de um triplo homicídio, em setembro de 2911, que vitimou três adolescentes. Eles ainda seriam os autores de outra morte, de um homem, em abril de 2010.

 

Do UOL, em São Paulo*