Formação de bancada da indústria gera dúvidas na CNI, diz presidente da Fieb

por Ailma Teixeira

 

Foto: Valter Pontes/ Coperphoto/ Sistema FIEB

Diferente de áreas como a Agricultura e o Turismo, a Indústria perdeu o status de ministério com a estrutura definida pelo governo do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL). Mas, apesar da desaprovação, não há um consenso no setor quanto à possibilidade de formar uma bancada da indústria para fortalecer a área perante os próximos governos. Presidente da Federação das Indústrias da Bahia (Fieb), Renato Alban acredita que isso seria “muito mais ‘pejoratizado’” do que, de fato, “uma defesa legítima de interesse entre os parentes”.

 

“Esse negócio de bancada é algo que nós já temos discutido muito na Confederação Nacional da Indústria (CNI) e temos dúvidas se justifica ter uma bancada da indústria. A bancada ruralista tem uma sinergia maior porque a agricultura acabou virando um símbolo nacional e, na verdade, quase todo empresário e até mesmo empreendedor, no fundo é um ruralista”, explica Alban ao Bahia Notícias.

 

Antes disso, durante a coletiva de imprensa da instituição, realizada na manhã desta terça-feira (11) para anunciar os cenários para o setor em 2019, ele criticou a perda de representação da indústria. Para o presidente, essa mudança não é compreensível, uma vez que a área é a maior contribuinte de arrecadação federal. “Existe um Ministério da Agricultura, que é perfeitamente compatível, existe um Ministério do Turismo, que é a coisa mais mal explorada desse país, na minha opinião, que eu também acho compatível, mas não existe um Ministério da Indústria e do Comércio”, reclama.

 

De acordo com a estrutura anunciada por Bolsonaro, o setor foi incorporado ao Ministério da Economia, que será comandado pelo economista Paulo Guedes.