Pesquisadores baianos desenvolvem teste rápido para detectar menores bactérias do planeta

 

Micoplasmas causam doenças em humanos e animais de produção, como caprinos, bovinos, suínos e ovinos
As bactérias e doenças estão presentes em nosso planeta há milhares de anos. No decorrer do tempo, o homem foi compreendendo os microrganismos, seus benefícios e seus males, como, por exemplo, as micoplasmas, que são as menores bactérias conhecidas e causam infecções em animais e humanos.  Com o intuito de disponibilizar no mercado uma opção para a identificação rápida da contaminação pelo organismo, Bruna Carolina, que é formada em biotecnologia, e um grupo de pesquisadores desenvolveram um teste rápido que detecta o micróbio em amostras provenientes de animais e de culturas celulares.
Os microrganismos causam diversas doenças, principalmente em animais de produção. “A contaminação por micoplasmas leva às doenças graves em animais, como pneumonia, poliartrite, mastite e serosite. Em sua maioria, acomete animais de produção de carne e leite e, por esta razão, além de ocasionar sofrimento intenso a estes animais, impacta financeiramente o setor produtivo. As bactérias também podem atuar como contaminantes de bioprodutos como vacinas e, por isso, toda a produção deve ser testada quanto à presença/ausência destas bactérias, a fim de evitar a contaminação em humanos”, explica Bruna.
De acordo com a especialista, os testes atuais do mercado são caros e demoram para disponibilizar os resultados. “Os métodos vigentes de detecção de micoplasmas são caros e laboriosos, além de demandar um tempo considerável para sua execução e conclusão. Diante disso, o mercado necessita de métodos que reúnam praticidade, rapidez e custo-benefício. A tecnologia proposta atende à necessidade do mercado, oferecendo rapidez, praticidade e baixo custo frente aos testes convencionalmente utilizados”, diz.
O produto, que foi contemplado pelo Edital Inventiva, da Fundação de Amparo à Pesquisa da Bahia (Fapesb), que é vinculada à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), constata a contaminação de forma ágil e não precisa de um local específico para ser usado.  “O teste rápido identifica a presença de micoplasmas em uma amostra coletada do ambiente suspeito, através de uma interação com moléculas específicas para sua detecção. Ele é portátil e pode ser feito fora do ambiente laboratorial, sem a ajuda de um profissional habilitado”, afirma Bruna.
Nos próximos meses, os pesquisadores têm o objetivo de regulamentar o produto e produzir uma pequena quantidade de teste para iniciar a comercialização. Além de Bruna, o projeto conta com a colaboração de Lucas Miranda, Bruno Lopes, Hellen Braga, Nathan das Neves, Beatriz Almeida, Wesley Dias, Maysa Santos e tem parceria com a Universidade Federal da Bahia (Ufba).
Bahia Faz Ciência

A Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) e a Fundação de Amparo à Pesquisa da Bahia (Fapesb) estrearam no Dia Nacional da Ciência e do Pesquisador Científico, 8 de julho de 2019, uma série de reportagens sobre como pesquisadores e cientistas baianos desenvolvem trabalhos em ciência, tecnologia e inovação de forma a contribuir com a melhoria de vida da população em temas importantes como saúde, educação, segurança, dentre outros. As matérias são divulgadas semanalmente, sempre às segundas-feiras, para a mídia baiana, e estão disponíveis no site e redes sociais da Secretaria e da Fundação. Se você conhece algum assunto que poderia virar pauta deste projeto, as recomendações podem ser feitas através do e-mail [email protected].gov.br.