PF deflagra 33ª fase da Lava Jato, com foco na Queiroz Galvão

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Ex-presidente e ex-diretor da construtora foram presos preventivamente

Jornal do Brasil

A Polícia Federal deflagrou na manhã desta terça-feira (2) a 33ª fase da Operação Lava Jato, chamada Resta Um, com foco em irregularidades cometidas pela construtora Queiroz Galvão, a terceira em volume de contratos com a Petrobras. Os alvos são dirigentes e funcionários da empreiteira e do consórcio Quip S/A, do qual a construtora era acionista líder.

O ex-presidente Ildefonso Colares Filho e o ex-diretor da construtora Othon Zanoide de Moraes Filho foram presos preventivamente. Há mandado de prisão temporária para Marcos Pereira Reis, ligado ao consórcio Quip, mas ele estaria no exterior.

A nova fase investiga contratos para obras no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro e nas refinarias de Abreu e Lima (PE), do Vale do Paraíba (SP), Landulpho Alves (BA) e de Duque de Caxias (RJ).

De acordo com a PF, a construtora integrava o chamado “cartel de empreiteiras”, com pagamentos de propina sistemáticos a funcionários e diretores da Petrobras, assim como a partidos políticos.

Investigações apontam que os executivos da empresa pagaram cerca de R$ 10 milhões em propina para funcionários das diretorias de Serviços e de Abastecimento da Petrobras. Segundo o MPF, milhões de dólares também teriam sido transferidos por meio de contas secretas no exterior, pela Queiroz Galvão e pelo consórcio Quip.

A força-tarefa da Lava Jato também informou ter identificado indícios concretos de que executivos da construtora fizeram pagamentos em dinheiro para dificultar o andamento da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras no Senado, em 2009.

Em abril, o ex-senador Gim Argello foi preso na 28ª fase da Lava Jato. Ele era vice-presidente da CPI da Petrobras e foi acusado de receber pagamentos em dinheiro para evitar a convocação de executivos na comissão. Ele fechou acordo de delação premiada com a Justiça poucos dias após sua prisão.

Cerca de 150 policiais federais cumprem 32 ordens judiciais, sendo 23 mandados de busca e apreensão, dois mandados de prisão preventiva, um mandado de prisão temporária e seis mandados de condução coercitiva, nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Goiás, Pernambuco e Minas Gerais.

O nome “Resta Um” é uma referência à investigação da última das maiores empresas identificadas como parte integrante da chamada “Regra do Jogo”, em que empreiteiras formaram um grande cartel visando burlar as regras de contratação por parte da Petrobras,

Os que foram alvo de condução coercitiva são levados às sedes da Polícia Federal nas respectivas cidades onde foram localizados para prestarem esclarecimentos. Os que tiveram prisão cautelar decretada serão levados à sede da Polícia Federal em Curitiba.

Fonte: Jornal do Brasil