PSB se une ao democratas contra pesquisa “Data Nilo”

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  • Nilo diz que só cancela pesquisa se TRE mandar

O DEM e o PSB se uniram pela primeira vez na campanha eleitoral deste ano para tentar impugnar, junto ao Tribunal Regional Eleitoral, a pesquisa encomendada pelo presidente da Assembleia Legislativa, deputado Marcelo Nilo (PDT), ao Instituto Bapesb (conhecido entre a classe política como Data Nilo) sobre a intenção de votos da corrida pelo governo do estado. O TRE ainda vai julgar as duas representações.

O DEM e o PSB reclamam que o questionário seria tendencioso por incluir, de forma desequilibrada,  a pergunta de como o eleitor votaria nos candidatos se soubesse quais as lideranças políticas que os apoiam. No caso do candidato petista Rui Costa, os apoios são do ex-presidente Lula, da presidente Dilma Rousseff e do governador Jaques Wagner.

O presidente regional do DEM, José Carlos Aleluia, classificou de “falta de vergonha  a insistência com novas manipulações neste questionário da pesquisa deste tal Bapesb, como no caso da questão estimulada com o apoio dos candidatos e uma outra, cuja pergunta só faz referência ao candidato do PT”.
A representação foi protocolada terça-feira sob o argumento de ilegalidade na consulta eleitoral.

Os argumentos usados pela coligação “Um novo caminho para a Bahia”, liderada pelo PSB, são semelhantes aos do DEM. Alega que as perguntas do questionário da pesquisa “são tendenciosas e poderiam induzir o eleitor a erro, com o favorecimento do candidato do PT, que é apoiado por Marcelo Nilo”.

Apoiadores

O advogado da coligação do PSB, Carlos Medrado, salienta que a pergunta relativa ao cargo de governador está sendo associada a apoiadores no plano federal, com a finalidade de direcionar a resposta do entrevistado. “O questionário associou o nome de Rui Costa a Lula, Dilma e Wagner. No entanto, quando se refere à candidatura de Lídice, reporta-se, apenas, ao candidato a presidente Eduardo Campos, sem mencionar, por exemplo, a vice Marina Silva”, argumenta.

Ele reclama também que o único cenário de segundo turno simulado no levantamento  é o de Rui Costa enfrentando Paulo Souto. “A candidata Lídice da Mata, que aparece em segundo lugar nas pesquisas até então realizadas, não está incluída no cenário de segundo turno pesquisado”, disse.

O secretário-geral do PSB, Rodrigo Hita, menosprezou a pesquisa da Babesp, tachando-a de superficial, tendenciosa e feita às pressas “com o objetivo de dar o resultado que eles querem que dê”.  Considerou  “ridículas” as pesquisas que vêm sendo realizadas pelo DEM e PT, cada uma com metodologia diferente, com números conflitantes e resultados díspares: “O povo já está cansado de ser enganado”.

 

Deputado diz que pergunta sobre apoios vem após a espontânea

Marcelo Nilo diz até entender que o DEM tenha impugnado, mas estranhou a mesma atitude do PSB, partido de sua amiga, Lídice da Mata candidata ao governo do estado. “Ela sempre confiou no Bapesb”, ironizou, declarando que vai esperar a decisão da Justiça.

Nilo Informou que as perguntas tradicionais são feitas. “Primeiro é a espontânea, na qual o eleitor é perguntado em quem vai votar; depois a induzida, quando é apresentado um cartão com os nomes dos candidatos; somente na terceira é que se sonda em quem votaria com os apoios. Não tem nada diferente dos outros institutos. O próprio Ibope fez esse tipo de pergunta, embora não tenha divulgado o resultado”.

Sobre o fato de não ter simulado um segundo turno com Lídice, Nilo disse que não usou esse cenário por acreditar que vai ocorrer a disputa Rui contra Souto. “Se ela quiser incluir o nome numa simulação de segundo turno, que ‘rache’ o valor da pesquisa comigo”, brincou. Conforme Nilo, a pesquisa custou R$ 26 mil.

Na consulta são  entrevistadas duas mil pessoas, em 84 municípios baianos. O Instituto Bapesb  informa que os dados vão ser coletados por  apenas seis pesquisadores.