Reitor João Salles e o vice, Paulo Miguez da UFBA pretende promover ato para mobilizar a sociedade a respeito da atual situação financeira da instituição.

  • Reitor João Salles e o vice, Paulo Miguez, anunciaram ato em coletiva de imprensa - Foto: Marco Aurélio Martins | Ag. A TARDE

    Reitor João Salles e o vice, Paulo Miguez da UFBA  pretende promover ato para mobilizar a sociedade a respeito da atual situação financeira da instituição.

A Universidade Federal da Bahia (Ufba) promove ato público, na próxima segunda-feira, 25, para mobilizar a sociedade a respeito da atual situação financeira da instituição. Com cerca de 45 mil estudantes ativos, a universidade possui um déficit de pelo menos R$ 28 milhões, provenientes de despesas do ano passado.

A mobilização, que será realizada a partir das 9h30, no Salão Nobre da Reitoria, no Canela,  foi marcada para o final do mês porque o Ministério da Educação (MEC) deve divulgar, nos próximos dias, os cortes orçamentários das instituições de ensino.

“Segunda-feira, poderemos ter boas ou más notícias, e tudo indica que elas não serão as melhores”, disse o reitor João Carlos Salles, ao lado do vice, Paulo Miguez, em coletiva, nesta quinta, 21, na reitoria.

Para ele, o apoio dos governos do estado e do município, além de lideranças e intelectuais da cidade, será importante para o enfrentamento dos problemas.

“A proposta maior agora é sensibilizar a sociedade sobre a importância da qualidade de ensino de uma instituição pública, inclusiva e de qualidade. Precisamos defender a Ufba como um patrimônio da Bahia”, esclareceu Salles.

Diálogo

De acordo com  o reitor, a realização do ato público não é uma maneira de incentivar greves, mas de manter o diálogo entre as categorias de profissionais que atuam na instituição.

“O ato reflete um gesto de respeito da universidade em relação à sociedade, cumprindo a obrigação de diálogo permanente com a população”, complementou o vice-reitor, Paulo Miguez.

Dificuldades

Pelo menos  R$ 25 milhões do déficit de 2014 são referentes à despesa corrente (de manutenção) – com água, energia, telefonia, bolsas e auxílios aos estudantes, contratos de prestação de serviços -, vigilância e limpeza. Outros R$ 3 milhões são de investimentos em obras. Atualmente, há cerca de 15 inacabadas.

Conforme  Miguez, os cortes no valor dos repasses chegam a 46%. De forma que o MEC autoriza o pagamento de determinadas despesas – etapa chamada de empenho  (aprovação do orçamento elaborado pela Ufba), mas não envia o recurso financeiro suficiente.

Apesar das dificuldades financeiras, João Carlos Salles afirma que empreende esforços para manter a assistência estudantil, por meio dos auxílios e apoio às residências. “O estudante que chegou até a universidade tem a oportunidade de fazer a verdadeira inclusão. Reconhecemos que é difícil manter esses anos de estudo”, explicou o reitor.

Segundo ele, até o momento, os cortes nos valores de repasse do governo federal à Ufba não devem impactar na quantidade de vagas oferecidas para o vestibular de 2016.

A Ufba possui outras fontes de receita, fruto de contratos e convênios com órgãos públicos decorrentes de projetos e programas propostos pelas unidades acadêmicas; emendas parlamentares; e ações próprias, decorrentes de atividades realizadas pela própria instituição (taxas e contratos).

A equipe de reportagem  tentou contato com a assessoria de comunicação do  Ministério da Educação, mas não obteve retorno. E, até o fechamento desta edição, os gestores municipal e estadual não haviam confirmado participação no ato público da Ufba.

Déficit financeiro da Ufba já passa de R$ 28 milhões

Juracy dos Anjos

Marco Aurélio Martins | Ag. A TARDE

Fonte

A Tarde