Sessão especial na Câmara de vereadores comemora os 25 anos de atuação do Proler em Vit. da Conquista.

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O Programa  desenvolve uma série de atividades de estímulo à leitura, e tem parcerias com a Pmvc e  Uesb

 

“Quando entrei no Proler, eu era aluna. Hoje, sou professora”, disse a aposentada Silvina Pereira Santos, 90 anos, arrancando aplausos do público que ocupava o plenário da Câmara Municipal. A sessão, realizada na manhã desta segunda-feira, 25, comemorou os 25 anos do comitê local do Programa Nacional de Incentivo à Leitura (Proler/Uesb).

Silvina era analfabeta quando começou a participar de atividades do programa. “Eu não fazia meu nome”, recorda. Hoje, ela não só sabe ler como se tornou uma espécie de professora polivalente. Estudantes costumam ir à sua casa, em Itapetinga, em busca de ajuda para fazer seus trabalhos escolares. “Sei de tudo do tema do trabalho. Aí eu passo pra eles, eles fazem a prova e passam”, relata.

Mas sua atividade docente não se restringe à sua cidade, nem mesmo a seu estado. Recentemente, ela palestrou para mais de 800 pessoas na Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro.

Outro que conhece os métodos do Proler é Aílton Dias, que, simultaneamente a seu ofício de pedreiro, mantém uma proveitosa carreira de escritor. Já publicou mais de sessenta livros, entre poemas e histórias de cordel, graças ao apoio e ao incentivo do programa. “Eu sou a prova viva de que o Proler apoia os neo-escritores”, afirma.

Silvina e Aílton são apenas dois exemplos do que o Proler já desenvolveu ao longo das últimas duas décadas e meia. Concebido no início da década de 1990, por iniciativa da Fundação Biblioteca Nacional, em parceria com a Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb) e as prefeituras de Vitória da Conquista, Jequié e Itapetinga, o programa realiza ações contínuas de educação literária e cultural. O objetivo é a formação de leitores e o desenvolvimento de atividades que contribuam para possibilitar aos participantes a conquista de autonomia – como ocorreu nos casos de Silvina, que aprendeu a ler, e de Ailton, que encontrou apoio para publicar seus versos. “É claro que a gente se apaixona pelo que faz e quer que permaneça”, diz a professora Heleusa Câmara, coordenadora-geral do comitê Proler/Uesb.

‘Transmissão de conhecimento’ – Parceira do programa desde o início, a Prefeitura de Vitória da Conquista foi representada na sessão pelo secretário municipal de Governo, Edwaldo Alves. “Na medida em que a gente estimula jovens e crianças a cada vez mais gostarem de ler, num momento em que os meios de comunicação estão tão ágeis e tecnológicos, a leitura ainda é a melhor forma de transmissão de conhecimento”, defendeu Alves. “O Proler tem realmente um papel extraordinário nessa tarefa, que é de todos nós”.

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