População contabiliza crescentes prejuizos com a queda de braço entre patrões e empregados do sistema bancário

Cresce a irritação dos correntistas com prolongamento da greve dos bancários

 Sem título

A greve dos bancários que completa 21 dias e sem perspectiva de término faz aumentar a indignação da população. A maioria das reclamações é sobre serviços que são realizados apenas em agência própria do correntista ou uma simples ajuda de quem não entende as novas tecnologias, como é o caso do guardador Antônio Santos, de 63 anos. “Não estou conseguindo tirar meu extrato em nenhuma dessas máquinas. Normalmente eu peço ajuda de algum funcionário, mas agora não tem ninguém para pedir ajuda”, conta.

A paralisação traz transtornos também para as pessoas que desejam usar os caixas eletrônicos e não conseguem por falta de manutenção. “Já fui a três agências do Bradesco aqui no Comércio para tentar depositar um dinheiro, mas não consigo porque as máquinas não estão disponíveis para depósito. Desse jeito fica muito difícil inclusive buscar as alternativas”, desabafa a dona de casa Cristina Almeida.

Enquanto isso, o movimento nas lotéricas só cresce, aumentando também a sensação de insegurança, já que as lojas são um dos locais mais procurados para realizar pagamento de contas. De acordo com informações do gerente de uma lotérica no Comércio, Edson Oliveira, houve um incremento de cerca de 20% no número de atendimentos diários. “Isso se deve ao fato de ser ainda início de mês, mas principalmente, devido à greve dos bancários. Quando isso acontece todo mundo corre para a lotérica”, afirma.

O movimento intenso faz com que funcionários e clientes tenham mais cautela. A loja funciona das 8h às 18h, mas, de acordo com o comerciante, até o momento ainda não foi necessário nenhum equipamento de segurança. “Graças a Deus não tivemos nenhuma ocorrência por conta disso, mas quando há suspeitos, informamos imediatamente ao comando militar daqui da região. E assim, conseguimos realizar nosso trabalho normalmente”, informa o gerente.

Para os clientes, o problema de enfrentar as longas filas nas lotéricas não é só o cansaço, mas também o medo de assaltos. A greve não alterou a rotina de pagamentos de Mariete Lima, mas o sentimento de medo é constante. “Medo eu sempre tenho, mas independente de greve, sempre faço meus pagamentos aqui. A diferença é que ultimamente venho com mais receio porque as lotéricas ficam mais visadas nesse período de paralisação. Infelizmente não temos alternativa enquanto os bancos não voltarem a funcionar”, desabafa.

Mesmo sem movimento nas agências bancárias, os bandidos não perdem tempo e continuam atacando os bancos. De acordo com informações do Sindicato dos Bancários da Bahia, desde o início da greve (19 de setembro) até 7 de outubro, dez agências bancárias na Bahia foram alvo de bandidos. A última ocorrência aconteceu em Santanópolis, a 160 km de Salvador, quando bandidos explodiram um caixa eletrônico na agência do Banco do Brasil. Em Salvador, até o momento, foram registradas três ocorrências nesse período.

por
Maíra Cortes