Sepultamentos de vítimas massacre em escola do Rio começam hoje

Agência Estado e A Tarde On Line

08flor_p

O sepultamento das vítimas do massacre na Escola Municipal Tasso de Oliveira, em Realengo, zona oeste do Rio de Janeiro, começa a ser realizado nesta sexta-feira, 8. Doze crianças – dez meninas e dois meninos – foram brutalmente assassinados por um ex-aluno que invadiu a instituição atirando, na manhã de quinta-feira, 7. O atirador suicidou-se após o ataque. Quatro crianças feridas estão em estado grave.

Estão confirmados os funerais de Laryssa Silva Martins, 13, e Mariana Rocha de Souza, 12, às 11h no cemitério do Murundu, na zona oeste; de Géssica Guedes Pereira, 15, no cemitério Ricardo de Albuquerque, também na zona oeste do Rio, às 15h; e de Larissa dos Santos Atanázio, 13, no cemitério Jardim da Saudade, em horário ainda não divulgado.

Massacre – O crime mais brutal da história do Brasil, ocorrido ontem na Tasso da Silveira, durou cerca de 15 minutos. Nesse período, o ex-aluno Wellington Menezes de Oliveira, de 23 anos, disparou mais de cem tiros em duas salas do colégio.

Uma testemunha contou que Wellington usava fone de ouvido e ria enquanto atirava. Ele entrou na escola de mil alunos – 400 naquele turno da manhã – após dizer que tinha ido buscar seu histórico escolar. Bem vestido, de camisa verde, calça e sapatos pretos e mochila nas costas, ele subiu direto para a sala de leitura, onde foi reconhecido pela ex-professora Doroteia. “Veio fazer palestra para os alunos?”, ela perguntou, referindo-se à programação de encontros com ex-alunos bem-sucedidos para comemorar os 40 anos da escola.

Não era o caso de Wellington. Doroteia pediu que ele esperasse, pois estava ocupada. Minutos depois, começou a tragédia. Ele saiu da sala, largou a mochila, colocou o cinturão com carregadores, entrou em uma sala e anunciou: “Vim fazer a palestra”. Em seguida, mirou na cabeça das crianças da primeira fila e a disparou com um revólver 38. A outra arma, um revólver 32, não foi usada. Meninas eram maioria na sala e sentavam na frente, segundo a polícia.

Segundo relatos, ele mandava que os alunos fossem para a parede. Indiferente às súplicas, atirava na cabeça. Alguns estudantes se jogaram debaixo das mesas. Outros tentaram fugir. Quando Wellington parou de atirar para recarregar a arma, Patrick Figueiredo, de 14 anos, saiu correndo de mãos dadas com uma amiga. Wellington acertou a menina, Patrick escorregou em uma poça de sangue e quebrou o dedo do pé. Em seguida, Wellington foi para a sala em frente e fez novos disparos.

No andar de cima, uma professora ouviu os tiros e mandou que os adolescentes subissem para o auditório, no 4.º andar. Professores trancaram a porta e colocaram cadeiras e armários para bloquear a entrada.